InTRODUÇÃOA perfuração esofágica constitui importante emergên-cia médica e desafio terapêutico para o cirurgião geral e torácico, devido à gravidade de suas conseqüências. Trata-se de um evento incomum e com quadro clínico inespecífico, fatos que contribuem para o diagnóstico e conseqüente conduta realizados tardiamente 16,20 . A perfuração esofágica pode ocorrer durante procedimentos endoscópicos ou cirúrgicos 13,24 , trauma 6 , ferimentos por projéteis ou arma branca 7,22 , após ingestão de corpos estranhos 3 , medicamentos 10,11 , substâncias cáusticas , na evolução de tumores do esôfago e até espontaneamente (síndrome de Boerhaave).O estabelecimento de uma conduta normativa para a perfuração esofágica traz dificuldades, pois ela depende de vários fatores, sendo as mais importantes a localização, a causa, a presença de lesões associadas e o tempo decorrido entre a ruptura e o tratamento.Este trabalho teve por objetivo apresentar os aspectos clínicos de perfurações esofágicas em pacientes atendidos pelos autores.
ABCDDV/530
MÉTODOSForam avaliados retrospectivamente 24 pacientes (18 homens e 6 mulheres), com idades variando entre 24 e 73 anos (média 52 anos), atendidos no período de janeiro de 1999 a dezembro de 2006. Os pacientes foram divididos em dois grupos de 12, na dependência da causa da perfuração esofágica:Grupo 1: pacientes cuja perfuração ocorreu na evolução de câncer esofágico (idade média: 56,7 anos).Grupo 2: pacientes com perfuração esofágica devida a causas diversas (idade média: 44,9 anos).A etiologia das perfurações esofágicas encontra-se na Tabela 1.