As atividades de mineração causam intensa degradação no ambiente, especialmente no solo e vegetação. Este trabalho avaliou a composição florística e atributos de fertilidade do solo em área de mineração de ouro a céu aberto. Foram estabelecidas cem parcelas de 10 × 10 m, distribuídas na área efetivamente minerada e no seu entorno, nas quais foram coletados e identificados todos os indivíduos lenhosos, com circunferência de caule (CAS) igual ou superior a 9 cm tomados a 0,3 m da altura do solo. Em todas as parcelas foram coletadas amostras de solo na profundidade de 0-20 cm para análise de atributos de fertilidade avaliados rotineiramente. No total, observou-se a ocorrência de 92 espécies e 43 famílias. As famílias com maior abundância foram Myrtaceae, Fabaceae e Dilleniaceae e as com maior número de espécies foram Fabaceae (10), Malpighiaceae (7) e Vochysiaceae (5). Na área efetivamente minerada as espécies com maiores índice de valor de importância (IVI) foram Curatella americana (89,1) Cecropia hololeuca (40,9), Roupala montana (12,5) e Pouteria ramiflora (10,2) enquanto no entorno da área minerada os maiores IVI foram para Myrcia multiflora (25,6), Caryocar brasiliense (15,73), Magonia pubescens (14,8) e Vatareia macrocarpa (14,4). Nas duas áreas, o solo apresentou baixo pH, baixa disponibilidade de P; K + , Ca 2+ e Mg 2+ e alta saturação por Al 3+. Apesar da baixa fertilidade do solo da área em estudo, a mesma consegue manter uma densidade total de vegetação com CAS > 9 cm de 430 na área efetivamente minerada e 2.220 indivíduos ha-1 no seu entorno.