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RESUMOConsiderando que somos herdeiros e estamos imersos no processamento de uma cultura -a cultura ocidental -que tem se caracterizado pelo investimento em fazer valer apenas uma política de existência, queremos partilhar algumas marcações que têm nos apoiado no exercício de deslocamento na perspectiva da criação de possíveis, da ampliação de espaços de liberdade. Entendendo as práticas de formação como importantes vetores no exercício cotidiano de civilizar, cabe aqui problematizar algumas instituições que nelas se instrumentalizam. Faremos isso chamando Nietzsche e Foucault como intercessores, para nos instalar num debate entre ciência e filosofia tencionando interrogar a primazia do referencial do direito em nosso presente. Palavras-chave: formação; cultura; dispositivo jurídico. ABSTRACTConsidering that we are heir and immersed in a cultural process -the occidental culture -which character is based in the investment of imposing a single existential politic, we wish to share some guidelines that have been supporting us in the continuous exercise of perspective dislocation for the creation of possibles, enlargement of freedom areas. Understanding the formation practices as an important vector in the usual exercise of civilization, this article intends to question some institutions that use it as instrument. We will do that with the support of Nietzsche and Foucault as interlocutors, in a way that puts us in a debate between science and philosophy with the intention of questioning the primacy of the legal reference in our present. Keywords: formation; culture; legal dispositive.Nas últimas décadas, a modernidade tem sido frequentemente evocada não propriamente para nomear uma época, mas para sinalizar um status a ser conquistado. Mais do que isso, poderíamos afirmar que ela tem sido um recurso utilizado por governantes para identificar nossas fraquezas, deficiências e impropriedades, justificando tomadas de decisões e de medidas, em nada provisórias, por nossa recuperação. Assim, afirmamos que os discursos se ligam a estratégias, servindo a determinadas lutas e produzindo efeitos nas práticas sociais. Os discursos e os procedimentos que hoje se impõem -diretamente na vida de cada um, sobre nossos corpos -para que, ainda que tardiamente, nos tornemos modernos, vêm ocupando lugar de destaque, tendo sido intensificados desde que entramos em tempos neoliberais. Mas a política de ajuste e de alinhamento ao que é desejável nos processos históricos de exploração é nossa velha conhecida.Nascemos há mais ou menos quinhentos anos, em meio à aventura na qual haviam se lançado homens e mulheres desde que abandonaram o mundo fechado da Antiguidade, com sua fixidez e fatalismo, em busca do universo infinito (Koyré, 1962). As descobertas nos campos da ciência, da navegação e das artes haviam impulsionado a exploração de novas terras e, entre o espanto e o horror, colocavam os desbravadores frente a uma diversidade de mundos. De uma vida sublunar previamente organizada e presa de outro mundo, o humano, como experiência, ganha...
RESUMOConsiderando que somos herdeiros e estamos imersos no processamento de uma cultura -a cultura ocidental -que tem se caracterizado pelo investimento em fazer valer apenas uma política de existência, queremos partilhar algumas marcações que têm nos apoiado no exercício de deslocamento na perspectiva da criação de possíveis, da ampliação de espaços de liberdade. Entendendo as práticas de formação como importantes vetores no exercício cotidiano de civilizar, cabe aqui problematizar algumas instituições que nelas se instrumentalizam. Faremos isso chamando Nietzsche e Foucault como intercessores, para nos instalar num debate entre ciência e filosofia tencionando interrogar a primazia do referencial do direito em nosso presente. Palavras-chave: formação; cultura; dispositivo jurídico. ABSTRACTConsidering that we are heir and immersed in a cultural process -the occidental culture -which character is based in the investment of imposing a single existential politic, we wish to share some guidelines that have been supporting us in the continuous exercise of perspective dislocation for the creation of possibles, enlargement of freedom areas. Understanding the formation practices as an important vector in the usual exercise of civilization, this article intends to question some institutions that use it as instrument. We will do that with the support of Nietzsche and Foucault as interlocutors, in a way that puts us in a debate between science and philosophy with the intention of questioning the primacy of the legal reference in our present. Keywords: formation; culture; legal dispositive.Nas últimas décadas, a modernidade tem sido frequentemente evocada não propriamente para nomear uma época, mas para sinalizar um status a ser conquistado. Mais do que isso, poderíamos afirmar que ela tem sido um recurso utilizado por governantes para identificar nossas fraquezas, deficiências e impropriedades, justificando tomadas de decisões e de medidas, em nada provisórias, por nossa recuperação. Assim, afirmamos que os discursos se ligam a estratégias, servindo a determinadas lutas e produzindo efeitos nas práticas sociais. Os discursos e os procedimentos que hoje se impõem -diretamente na vida de cada um, sobre nossos corpos -para que, ainda que tardiamente, nos tornemos modernos, vêm ocupando lugar de destaque, tendo sido intensificados desde que entramos em tempos neoliberais. Mas a política de ajuste e de alinhamento ao que é desejável nos processos históricos de exploração é nossa velha conhecida.Nascemos há mais ou menos quinhentos anos, em meio à aventura na qual haviam se lançado homens e mulheres desde que abandonaram o mundo fechado da Antiguidade, com sua fixidez e fatalismo, em busca do universo infinito (Koyré, 1962). As descobertas nos campos da ciência, da navegação e das artes haviam impulsionado a exploração de novas terras e, entre o espanto e o horror, colocavam os desbravadores frente a uma diversidade de mundos. De uma vida sublunar previamente organizada e presa de outro mundo, o humano, como experiência, ganha...
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