Este número da Radiologia Brasileira nos brinda com um artigo (1) sobre armadilhas e erros comuns na escrita do dia a dia (ou seria dia-a-dia?). O Dr. Carlos Frederico Arend nos mostra pequenas subversões semânticas que ganham-ou tentam ganhar-ares de norma culta no uso diário da língua. Sabemos da dificuldade que é aprender o português, as suas inúmeras regras e exceções, a norma culta, o correto. Já tive oportunidade de escrever sobre o assunto em dois textos publicados no Boletim do Colégio Brasileiro de Radiologia (2,3) , que por coincidência abordam algumas palavras semelhantes às citados pelo Dr. Arend. O autor comenta o acordo para a reforma ortográfica, gestado desde os anos 90 e assinado pelo Presidente da República há pouco tempo, que tem encontrado resistências d' além-mar. Em 28/12/2012, foi publicado no Diário Oficial da União decreto adiando sua plena entrada em vigor para janeiro de 2016. Reforma esta muito criticada, há quem diga que o único interesse foi vender dicionários... Tenho mais de 50 anos de idade e esta será a terceira ortografia pela qual passarei. Sou do tempo do acento grave, da acentuação de praticamente todas as sílabas tônicas, do pô-lo, do pólo, do pára, do sàbiamente, do acôrdo. Nos fim dos anos 60 tudo muda. Reaprendo. Depois de tanto tempo aprendendo a usar e tomando cuidado com o uso adequado do hífen, descubro que suas regras mudaram, mas seu uso não foi eliminado. Ou seja, trocaram seis por meia dúzia (ou meia-dúzia, sei lá!). Escrever ultra-sonografia com hífen é mais elegante que escrever ultrassonografia com duplo S. De modo semelhante, exterminaram o trema. Considero que usar o trema é muito mais elegante, afinal todos comem lingüiça (com trema). Eu jamais comerei linguiça sem trema,