A hora da eugenia: raça, gênero e nação na América Latina

Souza, Vanderlei Sebastião de

doi:10.1590/s0100-15742007000200015

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“…É a partir do século XIX que o racismo científico, enquanto um dos componentes centrais à "razão de Estado" moderna, constituído no longo processo de estatização do biológico, irá explicar e justificar a colonização de territórios e a dominação de povos autóctones pela Europa (STEPAN, 2005).…”

Section: Racismo De Estado E Eugenia Na Constituição Do Brasilunclassified

“…Trata-se de uma teoria que se apoiava no princípio da transmissibilidade da tara "hereditária" 3 , que serviu como núcleo de um saber médico voltado à decifração da loucura e da anormalidade desde a segunda metade do século XIX. Foi uma proposta que rapidamente passou a influir na medicina legal e teve efeitos propulsores consideráveis para a eugenia, influenciando toda uma tradição literária, criminológica e antropológica (STEPAN, 2005).…”

Section: Racismo De Estado E Eugenia Na Constituição Do Brasilunclassified

“…Um tipo de teoria que propõe um conjunto de ações interventivas para o refinamento dos genes da raça humana. A eugenia sustenta-se na supremacia de um discurso racista dirigido aos inimigos externos da nação e aos inimigos internos que ameaçam o esplendor do Estado (STEPAN, 2005). Sua presença entre os países, suas práticas e suas propostas variam muito; todavia, é possível afirmar que os países colonizados, submetidos ao que Gorender (2016) define como escravismo colonial, detiveram características eugênicas específicas, voltadas à justificativa da superioridade do caucasiano europeu sobre os descendentes dos africanos escravizados, os povos autóctones e os imigrantes asiáticos.…”

Section: Racismo De Estado E Eugenia Na Constituição Do Brasilunclassified

“…A formação social brasileira tem no eugenismo uma de suas marcas como tessitura da violência social (STEPAN, 2005). Ao mesmo tempo, a concepção eugênica se atualiza na contemporaneidade por meio de ações que objetivam a apropriação do capital genético de povos específicos (TIERNEY, 2002;CUNHA, 2003) e a manipulação genética na produção de seres humanos "superiores" (ZUBOFF, 2020).…”

Section: Introductionunclassified

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Racismo de Estado y eugenesia bajo la égida neoliberal

De Oliveira

2023

SER_Social

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O presente artigo tem como proposta analisar o discurso governamental brasileiro pronunciado pelo então Presidente da República, pelo Ministro da Economia e por assessores, por ser possível identificar nessas marcas o longo processo de constituição da eugenia no Brasil, agora atualizado em tempos da Covid-19. Para isso, vamos nos valer do escopo teórico formulado por Foucault sobre Biopolítica, bem como de autores brasileiros que nos ajudam a formular hipóteses sobre a história da eugenia no Brasil. Por meio disso, entende-se que a plasticidade da eugenia se adapta à atualidade do neoliberalismo como dispositivo de imunização do mercado, de reorganização da concorrência, de estabelecimento de um “ambiente de negócios”, cuja competitividade não precisa eliminar os mais fracos, pois disso cuida a Covid-19, à medida que ela participa da norma “eugênica” brasileira da erradicação de formas de vida consideradas disgênicas, radicalizada durante a pandemia.

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Section: Racismo De Estado E Eugenia Na Constituição Do Brasilunclassified

Section: Introductionunclassified

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Racismo de Estado y eugenesia bajo la égida neoliberal

De Oliveira

2023

SER_Social

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“…A desigualdade social também está presente em seu debate quando revela, por exemplo, um Brasil de diferenças na utilização de recursos, sejam educacionais, sejam de saúde. A autora se orienta enquanto construtivista, e é apontada como principal historiadora dos estudos da história da eugenia (Souza, 2007).…”

Section: Ethos Moderno E O Papel Dos Processos Coloniais Na Construçã...unclassified

Parasitismo e desigualdade social na psicossociologia de Manoel Bomfim

Lima¹

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The present text of master's thesis aims to present the work of Manoel Bomfim, physician, psychologist, historian, literati, and Brazilian intellectual of the 19th century. Born in Aracaju on 08/08/1868. With regard mainly to the development of the theme of social inequality, his understanding and elaboration in his main work: Latin America: Males of Origin, published in 1905.In addition to this work, contemporary authors were consulted, or referred to because they are of interest to the line Theoretical and Methodological Problems of the psychological research The work was developed based on the Gadamerian hermeneutic methodology, which consists in understanding the phenomenon whose relationship in interpretation is bidirectional in nature.In view of what was worked, the dissertation was organized in three main moments. First in the understanding of who Manoel Bomfim was, and the main characteristics of6 Latin America: Evils of Origin, in dialogue with collaborators, who also developed research on his writings.Focusing on the issue of social inequality and its relationship with the thesis of parasitism into Bomfim. After that, the historical, social, and psychological repercussions of the colonization process on Brazilian social inequality were resumed by contemporary authors who addressed issues tangential to Bomfim's text. And finally, in return for cultural psychology, and in dialogue with Valsiner, it was proposed the discussion of non-missionary and non-parasitic education, to commend with the contributions of the area and reaffirm the importance of Manoel Bomfim in the most current debates

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Clínica-política: A Análise Bioenergética e os atravessamentos de raça e classe no Brasil.

Silva

2024

Rev. Lat. Am. Psic. Corp.

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Este artigo tem por objetivo propor uma reflexão inicial acerca dos caminhos trilhados no Brasil pela Análise Bioenergética e sua implicação critica e política relacionado a assuntos que atravessam a população brasileira como aspectos de classe, gênero e raça, desde o surgimento da abordagem, suas raízes reichianas, a chegada no Brasil e sua disseminação. É um texto que intenciona reivindicar a clínica política no contexto social brasileiro. Se propõem a realizar, a partir de um breve resgaste histórico e bibliográfico, reflexões sobre o surgimento e caminhar da Análise Bioenergética no Brasil, e analisar a implicação desta abordagem nas questões sociais e raciais que constituem este país e ausências de diversidades. Traz a colonialidade como pilar central para a discussão das corporeidades nas américas e principalmente no Brasil. Aborda a relevância da temática racial e social nos atravessamentos de corpos de pessoas brasileiras, sejam elas brancas, negras, indígenas ou de diversas outras etnias que constituem o país e torna-se urgente para as psicoterapias corporais no geral e para Análise Bioenergética em particular enxergar que os corpos não são iguais, pois suas marcas históricas, sociais, políticas, de raça, de gênero, orientação, entre outros são diferentes. O artigo foi produzido como parte de um estudo de caso e seu texto foi construído para a titulação da certificação internacional como Analista Bioenergética (CBT) pela Sociedade Brasileira de Análise Bioenergética, sendo adaptado e ampliado para maior contextualização das problematizações realizadas.

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A hora da eugenia: raça, gênero e nação na América Latina

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