Propagação clonal e ontogenia do fruto de uvaieira (Eugenia pyriformis Cambess.)No Brasil, muitas espécies de fruteiras nativas pertencentes à família Myrtaceae, apesar de relevantes, são ainda pouco estudadas e desconhecidas pela população. Entre elas destacase a uvaieira, Eugenia pyriformis, cujo fruto é carnoso, suculento, de sabor e aroma único. A exploração agronômica dessa espécie se torna interessante, uma vez que este fruto apresenta uma excelente qualidade nutricional de polpa com características organolépticas atrativas para consumo in natura e industrialização, podendo tornar-se uma boa fonte de renda ao produtor. Neste sentido, pesquisas que visem a seleção de material genético, desenvolvimento e manejo de sistemas de cultivo, são fundamentais para sua exploração comercial. Além disso, dado a importância botânica da família Myrtaceae na flora brasileira, são poucos os trabalhos envolvendo a ontogênese dos órgãos reprodutivos e frutíferos da mesma, que ainda apresentam estruturas anatomicamente desconhecidas. A produção de mudas via semente é a forma predominante de multiplicação das fruteiras nativas, assim como para a uvaieira, o que resulta em pomares heterogêneos, acarretando frutos não padronizados, devido à grande variabilidade genética decorrente dessa forma de multiplicação. A propagação vegetativa é uma ferramenta essencial para manter características agronômicas de interesse como produção, tamanho de plantas e qualidade de frutos. O objetivo dessa pesquisa foi avaliar para E. pyriformis, a viabilidade dos métodos clonais de propagação vegetativa, estaquia, alporquia e enxertia, bem como os mecanismos anatômicos envolvidos nestes processos, além de sua multiplicação in vitro, a partir de segmentos nodais obtidos da germinação in vitro de sementes (Ensaio 1) e de matrizes cultivadas em ambiente protegido (Ensaio 2), visando contribuir para a clonagem de futuros genótipos selecionados de uvaieira. Ademais, realizou-se uma descrição anatômica do padrão de crescimento do fruto de E. pyriformis, a fim de fornecer informações inéditas sobre sua ontogênese, visando embasamento científico para posteriores pesquisas taxonômicas e/ou botânicas. A uvaieira mostrou-se como uma espécie difícil de enraizar, portanto, os métodos de propagação clonal estaquia e alporquia não são viáveis, e devido à baixa fixação dos materiais enxertados (máximo de 43%), este ainda não é um método indicado para produção comercial desta fruteira. Há evidências de que não há barreiras anatômicas que impeçam o enraizamento em estacas de uvaieira, no entanto, a presença de compostos fenólicos em suas estacas e caules pode contribuir para o insucesso dos métodos de propagação clonal avaliados para a espécie. Na micropropagação, para a multiplicação de segmentos nodais de uvaieira, advindos da germinação in vitro (Ensaio 1), não são necessárias aplicações dos fitorreguladores BAP e ANA para indução e desenvolvimento de brotações e enraizamento dos explantes nodais, em meio de cultivo MS. Os meios de culturas MS, WPM, JADS e SP modif...