A ecocardiografia com contraste no diagnóstico de dilatações vasculares intrapulmonares em candidatos ao transplante hepático

Dilatação vascular intrapulmonar: características clínicas, capacidade funcional e qualidade de vida em indivíduos a espera de transplante de fígado em um hospital universitário

“…A DVIP é o principal achado patológico da SHP, caracterizada por marcante dilatação dos vasos pré-capilares e capilares pulmonares, que podem aumentar de 8-15 µm para 100-150 µm de diâmetro ao repouso, conforme representado na figura 2 (RODRÍGUEZ-ROISIN; KROWKA, 2008). A taxa de incidência de DIVP entre candidatos ao LT é variável de acordo com os diferentes autores na literatura, e pode oscilar entre 13 a 64% (ABRAMS et al, 1995;CARRION;MARTIN, 2021;CHEUNG et al, 2020;DUBROCK et al, 2018;FERREIRA et al, 2009;HOPKINS;WAGGONER;BARZILAI, 1992;KROWKA et al, 1990;PAVARINO et al, 2004;VEDRINNE et al, 1997). Entretanto, pouco se sabe sobre seu mecanismo fisiopatológico e impacto sobre os doentes, bem como sobre a progressão dessa condição com o decurso de hipoxemia e o desenvolvimento da SHP.…”

“…A solução salina agitada proporciona o surgimento de microbolhas maiores que 10 μm de diâmetro que, normalmente, não conseguiriam passar pelo leito capilar pulmonar. No entanto, se as microbolhas opacificarem as câmaras cardíacas esquerdas ao final de três ou mais ciclos cardíacos, após o seu aparecimento no lado direito do coração, fica caracterizado dilatação vascular anormal do leito capilar pulmonar (GRACE;ANGUS, 2013;KROWKA et al, 2016;PAVARINO et al, 2004).…”

“…Outros exames podem ser utilizados para a avaliação de DVIP: a) ecocardiograma transesofágico, com contraste, que apresenta melhor sensibilidade que o ECO TT, porém não é muito indicado em pacientes cirróticos pelo risco de sangramento por trauma esofágico, já que essa população apresenta índice alto de varizes esofágicas (PAVARINO et al, 2004;SOULAIDOPOULOS et al, 2018;VEDRINNE et al, 1997); b) perfusão pulmonar de macroagregado de albumina, que é realizada através da infusão de macroagregados de albumina marcados com tecnécio-99m, seguida por um escaneamento de perfusão pulmonar e cerebral. Quando a absorção cerebral do radionuclídeo é ≥ 6%, há evidência de shunt intrapulmonar ou intracardíaco.…”

“…Na tabela 5, apresentamos os dados da avaliação de qualidade de vida, dos 81 pacientes estudados, divididos entre os grupos sem DVIP, com DVIP e com SHP. O presente estudo encontrou frequência de DVIP em 73,5% dos participantes em lista de espera pelo LT, doador falecido, mostrando-se maior que a relatada em literatura internacional, que varia de 13 a 64% (ABRAMS et al, 1995;AGARWAL et al, 2013;CHEUNG et al, 2020;DUBROCK et al, 2018;FERREIRA et al, 2009;HOPKINS;WAGGONER;BARZILAI, 1992;KROWKA et al, 1990;LANGIULLI et al, 2006;LIMA et al, 2004;NACIF et al, 2020;PAVARINO et al, 2004;PRZYBYŁOWSKI et al, 2006;SANTA-CRUZ et al, 2005;SCHENK et al, 2002;VEDRINNE et al, 1997;YOUNIS et al, 2015;ZHAO et al, 2018), somente um trabalho publicado em 2004, que estudou a presença de DVIP, verificada através do ECO TT de 3.5-MHz, com imagem harmônica, utilizando a visualização apical bidimensional de quatro câmaras, em 130 pacientes que aguardavam por LT, mostrou frequência de 82% (KIM et al, 2004). Verificamos também que nos 61 pacientes que tiveram o diagnóstico de DVIP, 23 preencheram o critério de SHP, com frequência de 37,7%, o que se encontra dentro da variação (4 a 47%) relatada em literatura para essa condição (ABRAMS et al, 1995;AGARWAL et al, 2013;BORYCZKA et al, 2015;CARRION;MARTIN, 2021;CASTRO;KROWKA, 1996;CHEUNG et al, 2020;DELIK;ÜLGER, 2021;FERREIRA et al, 2009;KROWKA et al, 2016;LEJEALLE et al, 2019;MACÊDO et al, ...…”