Contribuição ao estudo clínico-epidemiológico da teníase-cisticercose em Lagamar/MG

Abstract

Realizados inquérito epidemioiógico e exame clínico na população de Lagamar/MG, Brasil, em 1992Brasil, em -1993, para estudar a teníase-cisticercose.Cadastrados 3344 habitantes, residindo em 1109 casas. O inquérito epidemioiógico abrangeu 875 (86 %) famílias e foi respondido pelos pais em 80% dos casos. Avaliados a qualidade da construção da casa, fonte de água, conforto, depósito do lixo doméstico, deposição de excretas e criação de animais, principalmente suínos.Cem chiqueiros foram encontrados em 11,4% das casas que albergavam 406 suínos criados de forma extremamente precária; em 22 % das casas os suínos foram criados no passado. A população tem conhecimento e familiaridade muito grande no que diz respeito à teníase-cisticercose, com crenças e costumes folclóricos.Em 300 (34,2%) casas havia antecedentes de teníase em algum membro da família nuclear, a última expulsão de parasitas pelas fezes variou de meses até cerca de quinze anos. O antecedente de convulsão foi encontrado em 125(14,2%) famílias, sendo que em 107 em somente um membro. O início das convulsões foi variável, sendo que em 39 (37,8 %) pessoas ocorreu na fase adulta da vida. Em 53 (6,0%) casos havia história de qualquer doença mental em um membro da família nuclear.O exameclínico foi realizado em 1080 (32,2%) indivíduos, dos quais 441 eram do sexo masculino e 639 do sexo feminino. Dos avaliados 993 (91,9 %) comem carne suína com freqüência variável, sendo que 185(17,l% )a ingerem diariamente e 295 (27,3%) pelo menos duas vezes por semana; 912 (84,4%) pessoas a preferem bem cozida. O consumo de lingüiça de carne suína mostrou proporções semelhantes ao da carne. A ingestão de legumes crus, especialmente couve, alfaceeagrião, foi referidapor951 (88,5%). Acerca do lavar as mãos, 1008 (93,3 %) referiam ter este hábito, mas apenas 368 (34,0%) asseguram praticá-lo de rotina.Recebido para publicação em 16/09/93.