Sobre o Paragonimus westermani no Brasil. Notas sobre um trabalho antigo

Abstract

Em 1943, em colaboração com Melo Albu querque, publicamos um trabalho apresentado à Secção de Higiene, Moléstias Tropicais e Infecciosas da Associação Paulista de Medicina: "Sobre um caso de distomatose pulmonar (Paragonimiase) com especial referência sobre a distribuição do Paragonimus westermani no Brasil11. Nos comentários que então fizemos sobre o assunto, destacamos que os autores de tratados de parasitologia ou helmintologia, todos renoma-dos1 268 12 incluíram na distribuição geográfica do P. westermani o Estado de Mato Grosso (Brasil), como área de sua ocorrência. Na ocasião pudemos mostrar que foi um trabalho de La Rue e A m eel10, sobre a distribuição geográfica do Paragonimus, que estabelecia que "valid records of Paragonimus in South American are from Mato Grosso (Brazil) Diesing (1850)5", que induzira os citados autores a igual opinião. Pensamos ter mostrado o equívoco causado pelo trabalho de La Rue e A m eel10, e vimos nosso citado ponto de vista aceito por Craig e Faust4, que escreveram tratando do P. westermani: "Lung fluke infection reported for Mato Grosso, Brazil, was based on an error which originated with Diesing (1850)". Já anteriormente Faust7 afirmava "Meira, Corrêa and Melo Albuquerque (1943) have provided convincing evidence that no indigenous cases of paragonimiasis have been discovered in Brazil and that textbook reference to its presence in that State of Mato Grosso, have perpetuated an error originating with Diesing (1850)". Idêntica citação do nosso trabalho encontra-se em Craig e Faust3. Estas considerações, vem a propósito de um mais recente trabalho de Voelker, Müller e Prata 13, sobre "What is Paragominus rudis (Diesing, 1850)"? "Report on a field study in Mato Grosso, Brazil". Este excelente estudo que deve ser lido na sua íntegra pelos interessados, estabelece em seu resumo o seguinte: "Em 1828 Natterer encontrou o P. rudis nos pulmões de uma lontra gigante Lutra (Pteromura) brasiliensis, Vila Bela, Mato Grosso, Brasil. Os vermes foram descritos em 1850 por Diesing e novamente, em 1901 por Braun. Ambas descrições não permitem a identificação das espécies e portanto, o P. rudis pode ser tido como "nomem nudum". Foi feita uma tentativa de se encontrar outros Recebido para publicação em 7/4/86.