Alguns dos mais notáveis relatos que possuímos sobre a época do Brasil holandês, foram redigidos por clérigos portugueses que embora tenham relatado a história daquele tempo, suas obras foram marcadas por discursos panegíricos, políticos e religiosos. Para este artigo escolheu-se trabalhar com os livros escritos por três freires, Paulo do Rosário, Manuel Calado e Rafael de Jesus, os quais apresentaram uma visão providencialista, católica, antirreformista, que sugeria que as Guerras Luso-holandesas (1630-1654) fossem resultado de desígnios divinos pelos quais Deus punia o povo português por seus pecados. O objetivo foi tentar entender a origem desses discursos os quais eram reflexos do conturbado século XVII dos tempos do Barroco.