Condições de vida de portadores de transtornos psicóticos vivendo em cortiços em Santos, SP

Abstract

OBJECTIVE:To describe the living conditions and sociability among people with severe mental disorders living in slums. METHODOLOGICAL PROCEDURES:A qualitative study was carried out among adults living in slums in the central region of Santos, Southeastern Brazil, conducted in 2004. Ethnographic observations were made in four slum properties, and in-depth semi-structured interviews were conducted with eight women who were living with individuals with psychotic disorders. The analysis method used was qualitative, based on anthropology. ANALYSIS OF RESULTS:The slum properties presented specific characteristics regarding sociability. The diffi culties with psychotic patients came from breakage of the minimal rules. In one of the slum properties, one resident acted as a caregiver for the patients and kept closely in touch with the healthcare services. Despite day-to-day contact with such patients, the participants did not have any information about such disorders and believed that the patients were mad, nervous or mentally weak. They believed that such individuals should live in places other than the slum property. CONCLUSIONS:The population living in these slum properties did not deal with the individuals with psychotic disorders any differently from the general population, because of lack of knowledge, discrimination and stigmatization. The living conditions were poor for everyone, without any difference for the residents with psychotic disorders, except for those living in the collective residence with a greater number of patients, which was organized around them and was economically dependent on their benefi ts.

Quando as representações sociais se tornam abstração na área da saúde: uma revisão do contexto brasileiro sobre transtornos mentais

“…Os trabalhos revisados centraram-se principalmente no representacional que profissionais e estudantes da área da saúde têm construído sobre sujeitos com transtornos mentais. [4][5][6][7][8][9][10][11][12] Foram investigadas suas representações sobre condições de vida, identidade, estigma sofrido e processo de inclusão; [13][14][15][16] bem como possibilidades de intervenção sobre o estigma, a partir de grupos, atividades artísticas e da inclusão pelo trabalho. 8,17,18 Além disso, alguns artigos avaliaram as representações dos familiares quanto ao estigma, inclusão e aceitação do sujeito com transtornos mentais 13,15,19 e, outros, as representações da comunidade sobre esses sujeitos, considerando contexto de convivência e aceitação.…”

“…Quanto à representação social do sujeito com transtorno mental; o compilado faz alusão à imagem de um sujeito perigoso, agressivo, descontrolado, nervoso, que se envolve em brigas; 4-6,8,9,14-16,19,20 excluído, segregado, que deve ser afastado de determinados espaços e pessoas, passível de internação; 4,5,8,9,11,15,16,20 "louco", que perde a noção da realidade;…”

“…"não está com a mente boa"; 6,14,-17,20 com valor inferior, desacreditado, desconsiderado, com problema; 4,6,8,13,14 sem autonomia, com dificuldade ou impossibilidade de realizar atividades diárias e que necessita de cuidados; 6,13,16,19 incapaz de trabalhar e socializar, incompetente; 5,13,15,19,20 imprevisível, desconhecido; 6,15,19 com aparência estereotipada, estranho 15 e irrecuperável. 4,5 Quadro 1.…”

“…13,18,19 Para o sujeito, evidencia-se a exclusão e discriminação em diferentes dimensões da vida, representadas pelas dificuldades de ingressar e manterse no mercado de trabalho, estabelecer relacionamentos amorosos sólidos e participar da vida social; 12,13 e a vivência de violências, incluindo tanto naturalizadas e com consequências mais extremas como linchamento e morte. 8,10,[14][15][16]18,20 Soma-se a isso a praxe de sentimentos de ser visto com piedade e preconceito, inutilidade, anormalidade, desvalorização, medo, angústia, ansiedade, vergonha, raiva e tristeza, 12,13,[15][16][17][18] que podem culminar em baixa autoestima, ideações e tentativas de suicídio, 18 bem como em maior dificuldade para buscar tratamento pelo medo do estigma. 11 Nessa perspectiva, a validação do sujeito depende de sua capacidade de executar tarefas, do grau de periculosidade a ele associado e da cronicidade do transtorno.…”

Adaptação Transcultural da The Stigma Scale para o Português Brasileiro: Estudo Piloto

“…No entanto, observou-se que o EDM advindo da família e do meio social é mais comum nos países da América Latina (e.g., Argentina, Brasil, México, Venezuela) (Mascayano et al, 2016). Em relação aos instrumentos de medida do EDM utilizados pelos estudos incluídos na revisão, observa-se que os estudos com amostras de indivíduos brasileiros com doença mental normalmente utilizam entrevistas e vinhetas clínicas (Martin, Andreoli, Pinto, & Barreira, 2011;Peluso & Blay, 2011) ou questionários desenvolvidos especificamente para suas amostras (Loch, 2012).…”