Este artigo apresenta condições associadas à cessação do uso de crack identifi cadas entre usuários em atendimento. Estudo transversal, com amostragem em bola de neve, reunindo 495 pacientes vinculados a diferentes serviços de saúde da região metropolitana de Porto Alegre (RS) devido ao uso de crack, que responderam a um questionário pré-codifi cado, padronizado e pré-testado. Os dados foram submetidos à análise multivariada, por regressão de Poisson robusta para estimar a razão de prevalência para o desfecho uso interrompido de crack (referência a um intervalo de 12 semanas ou mais desde o último episódio de uso). As variáveis que aumentaram a probabilidade de abstinência do crack foram: falta de parceiro, ter familiar em tratamento em algum serviço da rede de saúde mental, luto nos últimos 12 meses, reconhecimento de difi culdades sexuais atribuídas ao crack e reconhecimento de comunidades terapêuticas como recurso efetivo. As que diminuíram a probabilidade foram: ter fumado crack com o pai, atender critérios para dependência de crack, auto percepção de saúde ruim e escore positivo para sintomas depressivos no Inventário de Depressão de Beck (BDI). Sem estabelecer nexo causal, o estudo contribui para o avanço do reconhecimento de condições que possam ser integradas ao planejamento terapêutico, com vistas à otimização dos resultados. Palavras-chave: Crack, usuários de drogas, drogas ilícitas, transtornos relacionados ao uso da cocaína.