Variações nos níveis das células sangüíneas periféricas encontradas em Holochilus brasiliensis nanus Thomas, 1897, infectados com Schistosoma mansoni Sambon, 1907, próprio da Pré-Amazônia

Abstract

Foram constituídos quatro grupos de roedores silvestres para a contagem de células sangüíneas periféricas, da seguinte forma: Grupo I - formado de animais normais, nascidos em biotério, com 30 dias de vida; Grupo II - formado de animais que foram capturados no campo e considerados não infectados com S. mansoni, após ovohelmintoscopia das fezes, realizada durante 30 dias de observação; Grupo III - animáis capturados no campo, nautralmente infectados com o esquistossomo, e o Grupo IV - de animais nascidos em biotério, com 30 dias de vida, e infectados com 150 cercárias de S. mansoni, oriundas da Região da Baixada Maranhense. Semanalmente, a partir da data da infecção, estes animais foram sangrados e tiveram suas células sangüíneas periféricas contadas global e especificamente. Os resultados mostraram que o número de hemácias e leucócitos por mm³ não variou nos animais normais, tanto de campo como de biotério. No grupo de animais experimentalmente infectados, foi observado decréscimo do número de hemácias à proporção que a infecção evoluia. Comportamento oposto foi verificado com os leucócitos. Elevados níveis de eosinófilos só foram observados nos animais com infecção natural. Estes resultados foram discutidos com dados da literatura e considerados importantes para complementar as informações sobre este hospedeiro natural do trematódeo, oferecido como modelo experimental do verme, e para sua própria história natural.

Parasitological and histological aspects of Holochilus sciureus naturally infected by Schistosoma mansoni

“…A high frequency of positive animals in stool examinations during the dry season has been reported (BASTOS et al, 1985).…”

“…in this region, once people who live there have several reasons for maintaining contact with contaminated water (FERREIRA et al, 1998). Additionally, other authors (BASTOS et al, 1982(BASTOS et al, , 1985MIRANDA et al, 2015;LIRA et al, 2016) have reported the participation of a wild rodent named Holochilus sciureus in the epidemiology of schistosomiasis. All these aspects, combined with the existence of a climate that favors the spread of S. mansoni and the presence of natural vectors (CANTANHEDE et al, 2014) seem to favor the expansion and establishment of schistosomiasis in the western lowlands.…”

“…Studies performed in one of these municipalities, São Bento, showed that H. sciureus, previously classified as Holochilus brasiliensis can play a role as a reservoir for S. mansoni in this region, given that it has been found naturally infected and expels eggs worms in the feces and it reproduces a chronic disease when experimentally infected (BASTOS et al, 1982;BASTOS et al, 1985;SILVA-SOUZA & VASCONCELOS, 2005;LIRA et al, 2016). Since, the genus Holochilus can be considered as an important alternative definite host in the maintenance of the life cycle of Schistosoma (KAWAZOE & PINTO, 1983;MIRANDA et al, 2015;MARTINS et al, 2015).…”