O estudo discute elementos relacionados à atenção básica e mortalidade materna entre mulheres negras, passíveis de intervençãoem saúde coletiva pelos representantes públicos, gestores e profissionais de saúde. A abordagem quanti-qualitativa, de cunho descritivo, realizada em 2019, avalia as (des)informações sobre variáveis da assistência pré-natal a partir de dados obtidos de relatórios de investigação de óbitos maternos ocorridos entre 2008 e 2018 no município de Franco da Rocha-SP. Foram analisados 13 relatórios; os dados produzidos pela pesquisa documental foram organizados por modalidade temática e interpretados à luz da literatura que versa sobre direitos sexuais e reprodutivos. A pesquisa reafirma que as condições biopsicossociais e de cuidado em saúde sexual e reprodutiva vivenciadas por mulheres negras no município em questão são desfavoráveis, contribuindo para desfechos fatais, mas aponta-se como estratégia de mudança a promoção da completude dos dados e informações sobre mortalidade materna. Pondera-se ser necessário a retomada de diálogos e de ações sobre a qualificação das práticasem saúde, assim como sobre o reconhecimento e superação do racismo estrutural, das interseccionalidades que influem na atenção ao pré-natal, parto e puerpério de mulheres negras.