O presente artigo tem como objetivo discutir a sociabilidade do povo Palikur, habitante da fronteira franco-brasileira a partir da concepção de identidade e de fronteira étnica, de forma a perceber como esses indígenas sofreram e lidaram com as políticas dos Estados brasileiro e francês após o Laudo Suíço de 1900. No tocante ao contato com as políticas dos Estados, os Palikur são obrigados a conviver com fronteiras impostas por não indígenas, que reverberam historicamente em sua sociabilidade, mas que, apesar do fator “identidade nacional”, mantém a identidade étnica Palikur, utilizando as identidades francesa e brasileira justamente para se adaptarem à fronteira geopolítica, e usando os movimentos migratórios como artifício principal.