“…Filho (1986, p. 94), situar-se fora da ordem estabelecida pois violava o ideal patriarcal(SANTOS, 1997, p. 164).Além do mais, Yayá Mariquinhas reivindicava um tratamento no feminino, questionando de maneira escancarada a fixidez dos gêneros, desafiando a relação entre sexo biológico e gênero.A bicha do século XVI, localizada porMOTT (2005), a mulher paciente, e do século XIX, localizada porSantos (1997), chamada de incorrigível, afeminado, desenfreado ou homem-mulher no estado da Bahia, estava presente nos tribunais do Santo Ofício, nos autos policiais e nas páginas dos jornais, possibilitando suas localizações.Afirmo, então, que a existência da bicha preta se anuncia no espaço público, nas ruas, nos bares, nos portos, nas praças, nos bordéis, por estar atrelada à exigência de extrair o sustento do Yayá Mariquinhas vão dando dicas de que as bichas pretas transitavam pelos espaços públicos mesmo correndo o risco de serem presas e/ou denunciadas aos tribunais do Santo Ofício. Suas existências são atravessadas por questões socioeconômicas e raciais que as colocam em evidência.Antes mesmo das bichas brancas encontradas porWHITAKER (1939), FRY e MACRAE(1985) eGREEN (2000GREEN ( , 2003, as bichas pretas circulavam e abriam caminho.…”