Ao longo das últimas três décadas, práticas e discursos orientados pelo princípio da Responsabilidade Social Empresarial (RSE) ganharam notoriedade e ampla difusão no meio empresarial, com repercussões também no plano acadêmico. No Brasil, o segmento arbóreo-celulósico é um dos que apresenta maior destaque em relação à adoção desse tipo de princípio. O objetivo do presente artigo é estabelecer um posicionamento crítico acerca do fenômeno em questão, demonstrando suas múltiplas facetas e contradições no segmento produtivo destacado, por meio de constatações de pesquisa. O principal argumento defendido é que os programas e projetos voltados para RSE, longe de serem desinteressados, são estratégicos para a acumulação do capital sob diferentes ângulos, incluindo-se o da necessidade premente de expansão territorial das grandes corporações.