As empresas têm apresentado destaque cada vez maior na nossa cultura, influenciando, inclusive, o modelo de outros tipos de organizações, tanto no setor público quanto no terceiro setor. Consideramos as empresas ambientes plurais e sobredeterminados, seja pela pluralidade de pessoas, grupos e subgrupos, seja pelo entrelaçamento de diversas dimensões como a econômica, técnica, etc. Entretanto, há normalmente uma redução dos fenômenos psíquicos nas empresas a dimensão individual ou a dimensão sociológica da empresa como totalidade. Buscamos enfrentar esta questão no nível conceitual, e assim o objetivo deste trabalho é analisar conceitos capazes de superar a lógica disjuntiva sujeito-coletivo na leitura de fenômenos psíquicos em contextos empresariais. Trata-se de um estudo teórico, através de uma leitura próxima desconstrutiva, conforme enunciada por Figueiredo (1999), e busca analisar a aplicabilidade de conceitos em casos clínicos da literatura. O referencial teórico tem como base principal dois autores, ambos por considerar a intersubjetividade e vislumbrar a heterogeneidade destes ambientes, ao nos trazer elementos para melhor compreensão do psiquismo dos sujeitos nas organizações: 1) René Kaës, pelo entendimento que este atende à prerrogativa a uma teoria para análise de grupos e instituições, com uma proposta para a superação da lógica disjuntiva; 2) Christophe Dejours, pelo seu campo de atuação em empresas e teorização da articulação da subjetividade dos sujeitos, intersubjetividade e a organização do trabalho. Os principais achados aqui relatados nos mostram a importância da superação de uma visão disjuntiva sujeito-coletivo para o enfrentamento da problemática do sofrimento psíquico nas empresas.Palavras-chave: Psicanálise de grupo. Psicodinâmica do trabalho. Empresa.