A política entre as nações: a luta pela guerra e pela paz

Abstract

A Coleção Clássicos Ipri vem conduzindo, desde 2001, a publicação de títulos internacionais inéditos ou esgotados da literatura especializada da área de relações internacionais no Brasil. Os volumes, que vêm acompanhados de prefácios redigidos por especialistas da área no Brasil, chegam ao mercado editorial em boa hora. A explosão de cursos de graduação na área, além do aumento da preocupação da própria sociedade com a chamada "agenda internacional" do país tem exigido uma compreensão muito mais sofisticada do sistema internacional e de seus impactos no plano doméstico.A obra de Hans J. Morgenthau é a "jóia da coroa" da coleção, já que o volume é um divisor de águas na reflexão sobre a natureza e evolução da política internacional. Com efeito, a originalidade da obra está no seu objetivo de "descobrir e compreender as forças que determinam as relações políticas entre as nações" de forma sistemática, balizada por um arcabouço teórico que pretende ter um grande alcance explicativo da realidade internacional.

A Grande Estratégia: mudanças de modos e meios pelas Operações de Informação e a ameaça aos interesses brasileiros e argentinos

“…Cada Estado organiza seu poder coercitivo de forma a garantir a ordem interna de suas instituições e manter seu status quo em relação à influência de outros Estados, sua defesa. Na abordagem racionalista, os Estados são os atores detentores do poder, que buscam meios para realizar seus interesses materiais e concretos em um ambiente internacional anárquico, com os aspectos de poder voltados para garantir seu status quo ante bellum (MORGENTHAU, 2003). Assim, a defesa do Estado sempre esteve ligada à existência de um poder militar que a sustente.…”

“…A visão realista é que qualquer tentativa de garantir um sistema de segurança coletiva no mundo, com a anulação do poder militar, está fadada ao fracasso devido à impossibilidade de congelar o status quo em um sistema internacional competitivo entre os Estados. (MORGENTHAU, 2003). De uma perspectiva realista, a projeção de fatores de poder será cada vez mais caracterizada por um desempenho multidominante do poder militar.…”

As relações geopolíticas dos EUA com a América do Sul na gestão de Barack Obama (2009-2016)

“…Esse termo foi aplicado em virtude do período em que as turbulentas rivalidades entre Inglaterra, Alemanha, Rússia e EUA influenciaram tais autores a formalizarem teorias embasadas em uma visão de mundo nacional, com pesquisas e resultados que poderiam ser aplicados na prática, visando ao desenvolvimento ou ao acúmulo de poder de seus respectivos países no cenário internacional. Tais teorias se enquadravam, como veremos adiante, na visão de mundo da corrente realista das relações internacionais, compreendendo o sistema-mundo como anárquico e competitivo, no qual os Estados Nacionais se estabeleciam basicamente e unicamente pelas relações de poder (MORGENTHAU, 2003).…”

O lugar do Congresso mexicano no debate sobre Cuba (2000-2018)

“…No caso da política externa, por outro lado, a unicidade seria a regra. Com base nos conceitos de sobrevivência do Estado e do estado da natureza desenvolvidos por autores clássicos como Nicolas Maquiavel, Thomas Hobbes e Tucídides, o Estado agiria como uma sólida bola de bilhar em meio a um sistema internacional anárquico (ARON, 1985;CARR, 1981;KENNAN, 2012;MORGENTHAU, 2003;WALTZ, 2002). Portanto, o Estado, na prática o Executivo, seria um ator unificado e racional e o único motor da política externa em prol do famigerado "interesse nacional".…”