O presente artigo tem por objetivo analisar as relações bilaterais entre Brasil e Argentina na passagem da década de 1970 para a década de 1980, um período marcado pela mudança de paradigma na relação entre os dois vizinhos, tradicionalmente caracterizada pela cordialidade oficial, com a intermitência entre momentos de cooperação e conflito. Nesta perspectiva, busca-se analisar, à luz da teoria de Alexander Wendt (1999), e a partir do conceito wendtiano de culturas de anarquia, a transformação dessa relação bilateral, com importantes consequências até os dias atuais para as duas maiores economias da América do Sul no século XX.