Esofagite por refluxo e laringite por refluxo: Estágios clínicos diferentes da mesma doença?

Abstract

Introdução: O refluxo gastro-esofágico (RGE) é uma entidade decorrente de falha anatômica e/ou funcional dos mecanismos de contenção do conteúdo gástrico. As manifestações otorrinolaringológicas do RGE são globus em orofaringe, regurgitação, disfonia, pirose orofaríngea, disfagia e tosse crônica. Objetivo: Pretende-se avaliar os sintomas otorrinolaringológicos do refluxo em pacientes com indicação cirúrgica de hérnia hiatal e comparar com pacientes apenas com queixas laríngeas do RGE. Forma de Estudo: prospectivo clínico randomizado. Material e método: Foram avaliados dois grupos. O grupo A, com 18 pacientes admitidos nos Serviços de Cirurgia do Aparelho Digestivo e Cirurgia Geral que necessitavam de tratamento cirúrgico de esofagite graus III e IV, quanto aos sintomas otorrinolaringológicos do RGE. O grupo B, com 44 pacientes do Serviço de Otorrinolaringologia com queixas laríngeas de RGE. Os pacientes foram submetidos a um protocolo, videolaringoscopia e endoscopia digestiva alta (EDA). Os dados obtidos foram tabulados e comparados com a literatura. Resultados: Os sintomas referidos pelos pacientes do grupo B foram os mesmos do grupo A, porém, disfonia, tosse, regurgitação e pirose em orofaringe foram mais prevalentes no grupo B. As alterações laringoscópicas dos pacientes do grupo B foram mais significativas. As alterações de EDA foram mais prevalentes nos pacientes do grupo A. A partir destes dados nota-se que não existe correlação entre a doença esofageana e os sintomas laríngeos. Conclusão: O trabalho demonstrou a correlação entre sintomas otorrinolaringológicos e o refluxo gastro-esofágico, porém a comparação entre os dois grupos permitiu concluir que, apesar dos quadros apresentarem fisiopatologia semelhante, não se tratam de estágios evolutivos da mesma doença.

Estudo comparativo do pH e do volume salivar em indivíduos com laringofaringite crônica por doença do refluxo gastroesofágica antes e após o tratamento

“…It is believed that this great prevalence is due to a combination of a number of factors, from bad feeding habits and obesity 10,11 all the way down to genetic factors 9 . In the last 12 years, many investigators and clinicians have proposed an association between Gastroesophageal Reflux Disease (GERD) and chronic laryngitis, the later representing the clinical form of the disease called Laryngopharyngeal Reflux (LPR) [1][2][3][4]8,[12][13][14][15][16][17][18][19][20][21][22][23][24][25][26][27][28][29][30] . The larynx findings in cases of reflux laryngitis vary according to the case severity, it goes from hyperemia and mild edema of the larynx posterior third to severe cases of contact ulcers in the vocal process, exuberant scar tissue, larynx lining alterations, subglotic stenosis, even neoplastic degeneration of the epithelium 14,31,32 .…”

“…The role of non-acid substances, such as bile and pancreatic secretions, in causing larynx lesions is still controversial because we still lack broadly available techniques to clinically measure it 33,42 . It is interesting to notice how a large number of laryngopharyngeal reflux patients, even those with the most dramatic larynx findings, do not have esophagitis or other signs of GERD in their digestive tract 8,25,29 . Of course, the gastric and esophageal mucosas protection mechanisms play a decisive role in the capacity these organs have to withstand daily mechanical and chemical aggressions, and many of these mechanisms are saliva mediated [31][32][45][46][47][48] .…”

Estudo comparativo da concentração salivar do fator de crescimento epidérmico em indivíduos com laringite crônica por doença do refluxo gastroesofágica antes e após o tratamento: resultados preliminares

“…Gastro-esophageal reflux disease (GERD) is the most prevalent digestive disorder of modern times, in the last decade it has been implicated in a number of laryngo-pharyngeal disorders [1][2][3][4][5][6][7][8][9][10][11][12][13][14][15][16][17] . This supraesophageal form of the GERD was called Laryngo-Pharyngeal Reflux (LPR) by Koufman et al in 1994 7 , not aiming at establishing its origin, but rather with the intent of stressing symptoms predominance and the alterations brought about to the laryngopharyngeal segment.…”

“…It is interesting to notice how a large number of patients with laryngopharyngeal reflux (LPR), even those with more marked laryngeal findings, do not have esophagitis or other signs of GERD in their digestive tract [15][16][17] . Certainly, the gastric and esophageal mucosal protection mechanisms have a decisive role in the capacity these organs have of withstanding mechanical and chemical aggression to which they are daily exposed, and many of these mechanisms are saliva-mediated 15,[20][21][22][23][24][25][26][27] .…”

Correlação do pH e volume salivares com sintomas laringofaríngeos

“…Apesar do grande entusiasmo despertado pelo avanço dos conceitos definidores do refluxo laringofaríngeo (RLF), ainda é muito difícil para o otorrinolaringologista estabelecer com segurança se esta síndrome poderá ser considerada no futuro como uma doença semelhante ao refluxo gastroesofágico 1 . A nosso ver, os sinais inflamatórios no segmento laringofaríngeo encontrados em alguns pacientes que apresentam phmetria com presença de pH abaixo de 5 na sonda proximal podem ser mimificados por outras situações que agridem a região, não sendo, portanto, patognomônicos de RLF.…”