“…No entanto, o sofrimento é amplificado quando, aliado às suas causas, há a existência de um estigma envolvido com a doença, como o que ocorre com a AIDS Souza (1999). relatou que os familiares de pessoal da enfermagem, ao serem notificados da ocorrência de acidente com instrumentos perfurocortantes apresentaram reações de medo, preocupação, repulsa, apoio e solidariedade; em alguns casos o acidente interferiu na relação conjugal, familiar e do trabalho.Outros estudos buscaram apreender o processo saúde-doença dos trabalhadores de enfermagem a partir de riscos e morbidades específicos e/ou de uma unidade de trabalho em particular como os estudos sobre a síndrome do túnel do carpo(DIAZ, 2001), tuberculose(TAKEDA et al, 2001), riscos químicos(SILVA et al, 1997;XELEGATI; ROBAZZI, 2003), dores nas costas (ROCHA; OLIVEIRA, 1998) e absenteísmos(BARBOZA;SOLER, 2003).Os danos à saúde detectados configuram um perfil de morbidade dos trabalhadores da enfermagem e evidenciam que eles estão sujeitos e partilham doenças que têm inter-relação com o meio ambiente, assim como aquelas que se costuma chamar de "doenças comuns 145 ", não associadas à ocupação, profissão ou emprego (MENDES; COSTA DIAS, 1999). No entanto, além de partilhar de perfis de adoecimento e morte da população geral, em razão da sua idade, gênero, grupo social ou inserção em grupo de risco mais específico, os trabalhadores podem adoecer ou morrer por causas específicas do trabalho 146 , seja pela profissão que exercem, pelo emprego que têm, ou pelas condições adversas em que o trabalho é realizado.…”