“…Como os opióides lipofílicos, é possível conseguir analgesia pela administração sistêmica, peridural ou subaracnóidea da clonidina; no entanto, a analgesia é mais potente após a administração neuroaxial indicando o local de ação espinhal e favorecendo a administração por essa via 1 . A analgesia é decorrente de sua ação em locais periféricos, supra-espinhais e sobretudo espinhais, por meio da ativação de receptores α 2 -pós-sinápticos das vias descendentes noradrenérgicas, ativação de neurônios colinérgicos, mediados pela acetilcolina, liberação de óxido nítrico, havendo forte correlação entre a concentração de clonidina no líquido cefalorraquidiano e a atividade analgésica 1,2,6,8, 10,11,13,14 . A ação analgésica inibe o aparecimento da sensibilização central produzida pela estimulação repetida de fibras aferentes C, o que resulta em liberação central de substância P, neurocinina A, glutamato e aspartato, que uma vez liberados podem agir em receptores AMPA, NMDA e metabotrópico, impedindo o fenômeno de facilitação central na medula espinhal e de plasticidade sináptica 2 .…”