RESUMOEste estudo objetivou identificar, na produção científica nacional e internacional, as ações de enfermagem preconizadas quanto ao aleitamento materno de adolescentes. Realizou-se revisão integrativa da literatura publicada entre 1988 e 2008, sem restrição de idioma, por meio da correlação dos indexadores: enfermagem, aleitamento materno, amamentação, adolescente(s), adolescência e idade materna, nas seguintes bases de dados do sítio da Biblioteca Virtual em Saúde: LILACS, MEDLINE e SCIELO e nas áreas especializadas: ADOLEC e BDENF. Dos 60 estudos de enfermagem encontrados sobre aleitamento materno, 15 se referiam à adolescência. Destacaram-se os estudos que abordaram diferentes tipos de apoio de enfermagem ao aleitamento materno às jovens mães (8) e proteção a esta prática (8), seguidos por aqueles que abordavam ações de enfermagem em manejo clínico (6) e de aconselhamento (5). Conclui-se que, entre as inúmeras publicações de enfermagem sobre o tema, existe uma incipiente produção de estudos voltados à amamentação por adolescentes, produção que precisa ser ampliada, tendo-se sem vista a relevância deste fenômeno no quadro sanitário atual.Palavras-chave: Aleitamento materno. Adolescência. Enfermagem.
INTRODUÇÃOA adolescência é definida pela Organização Mundial da Saúde como o período da vida compreendido entre os 10 e 19 anos. Esta fase é marcada por muitas mudanças, crises, adaptações ao novo corpo, adaptação ambiental e integração social. A partir de tantas transformações, os adolescentes passam a ter novas atitudes, motivadas pela transição entre a infância e a vida adulta (1)(2) . O início da atividade sexual, para a maioria das pessoas, ocorre na adolescência e, geralmente, de maneira impulsiva, muitas vezes sem medir as consequências deste comportamento social e sexual. Apesar de se verificar significativo progresso social, científico e cultural quanto à sexualidade e à maternidade na adolescência, especialmente nas últimas décadas, este tema continua sendo de difícil abordagem no meio familiar, com frequente despreparo dos pais/responsáveis para enfrentar suas consequências (2)(3) . Do ponto de vista epidemiológico e sanitário, as adolescentes grávidas, por si sós, constituem grupo de risco para problemas maternoinfantis (4) . Infelizmente, constata-se que esta população tem iniciado tardiamente o acompanhamento pré-natal e este é feito com número de consultas inferior ao preconizado. Como principal condicionante deste atraso ou da não aderência a este serviço tem sido apontado o fato de não reconhecerem a importância de planejar o futuro, devido às peculiaridades da fase da vida em que se encontram (5)(6) . O atraso, a não-aderência e a falta de acompanhamento na assistência pré e pós-natal tornam as situações das adolescentes ainda mais difíceis, potencializando a ocorrência de complicações obstétricas, tanto maternas quanto neonatais, e impossibilitando-as de receber orientações adequadas sobre como realizar os cuidados de saúde de seus filhos, o que só faz aumentar a vulnerabilidade deste grupo (...