Este texto procura analisar como se dá a relação entre os estudantes imigrantes bolivianos ou filhos de bolivianos e os estudantes brasileiros em uma escola pública da cidade de São Paulo e como a escola trabalha essa questão. Pesquisas anteriores demonstraram que havia uma grande indiferença à presença dos alunos imigrantes por parte dos professores e da direção em algumas escolas públicas de São Paulo. Com isso não havia uma ação pedagógica específica para tratar as particularidades dos imigrantes. Também não se buscava regular a relação entre os grupos evitando a prática de bullying e, muito menos, se buscava promover uma integração entre os grupos. Realizou-se a observação de classe durante quatro semanas seguidas em duas turmas (oitavo e nono anos) de uma escola estadual da região central da cidade de São Paulo. Verificou-se que a escola observada criou um ambiente multicultural, no sentido de desenvolver uma convivência mais pacífica entre as diferentes culturas, mas ainda não conseguiu construir um ambiente de interação e integração entre os grupos. Constatou-se a utilização de práticas pedagógicas que contribuem para a convivência entre os grupos, mas verificou-se que ainda há muitas ações que poderiam ser desenvolvidas.