Inoculação do feijoeiro com Rhizobium tropici associada à exsudato de Mimosa flocculosa com diferentes doses de nitrogênio

Abstract

O presente estudo teve como objetivo avaliar os efeitos da inoculação de rizóbio, associada à adição de exsudatos de sementes de Mimosa flocculosa, e/ou de N-mineral nas características agronômicas do feijoeiro, em sucessão à soja e ao milho. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com quatro repetições, sendo os tratamentos dispostos em parcelas sub-subdivididas. As culturas soja e milho antecessoras à cultura do feijoeiro formaram as parcelas. As subparcelas foram constituídas pelos tratamentos: testemunha sem inoculação, inoculação de Rhyzobium tropici, estirpes CIAT 899 e PRF 81 e a associação deste com os exsudados das sementes de Mimosa flocculosa. As sub-subparcelas constituiram-se de quatro doses de N aplicadas em cobertura: 0, 40, 80 e 120 kg ha-1. A inoculação de rizóbio associada à adição de exsudato de sementes de Mimosa flocculosa contribuiu para o melhor desenvolvimento da parte aérea do feijoeiro. A adubação nitrogenada reduziu, de forma linear, a nodulação do feijoeiro. O milho como cultura antecessora ao feijão contribuiu para o aumento do peso de 100 grãos e a adição de N combinado não contribuiu para o aumento do número de vagens por planta e produtividade de grãos do feijoeiro, independente da dose utilizada.

Nodulações e Produtividades de Grãos de Feijoeiros diante da Adubação Nitrogenada ou da Inoculação com Rhizobium Freirei

“…Comparativamente a dados da literatura (Franco et al, 2002;Araújo et al, 2007;Silva et al, 2009), pode-se considerar que as nodulações foram sistematicamente baixas. Também em um Latossolo Vermelho de Ponta Grossa, PR, Hungria et al (2013) observaram quantidades de nódulos similares a deste trabalho, cerca de 13 e 9 nódulos por planta de IPR Colibri nas safras das águas e da seca, respectivamente, sem inoculações das sementes com R. freirei.…”

“…Em cultivar Carioca, foram observados 4,5 nódulos por planta em tratamento-controle, apenas com P e K, e aumento médio de aproximadamente 28 nódulos por planta com inoculação de uma mistura de R. freirei com R. tropici, associada ou não a tratamento de sementes com fungicida (Araújo et al, 2007). não foram observaram efeito da inoculação de sementes de IAPAR 81 com mistura de R. freirei e R. tropici na quantidade de nódulos radiculares não foi observado por Silva et al (2009), uma vez que o tratamento-controle, com P e K apenas, apresentou cerca de 44 nódulos por planta em média.…”

“…A adubação nitrogenada, por sua vez, inibe a formação de nódulos nas raízes das plantas (Silva et al, 2009), particularmente em condições de baixa fertilidade do solo (Tsai et al, 1993), havendo correlação negativa (r = -0,95**) entre a dose de N aplicada e a quantidade de N proveniente da fixação biológica no feijão (Brito et al, 2011). A seleção de linhagens de feijoeiro na presença de N mineral produz plantas com menor capacidade para a fixação simbiótica de N, em detrimento das estudadas em condições de inoculação e sem adubação nitrogenada (Pereira e Braidotti, 2002).…”

Fontes de nitrogênio e caule decomposto de Mauritia flexuosa na nodulação e crescimento de Enterolobium contortsiliquum

“…Os tratamentos com e sem inoculação apresentaram resultados semelhantes e o com adubação nitrogenada produziu menor número na raiz. Na literatura são vários os estudos que comprovam a inibição da nodulação por proporções de N aplicadas na forma mineral (SALVAGIOTTI et al, 2008;SILVA et al, 2009). Já espécies como sabiá (Mimosa caesalpiniaefolia Benth.)…”

“…As leguminosas apresentam uma vantagem competitiva em relação à aquisição desse nutriente, pois têm capacidade de estabelecerem simbiose com bactérias diazotróficas. Portanto, elas são importantes sob o ponto de vista ecológico e econômico, podendo dispensar total ou parcialmente os fertilizantes nitrogenados (SALVAGIOTTI et al, 2008;XAVIER et al, 2008;SILVA et al, 2009), contribuindo para viabilizar reflorestamentos, principalmente em áreas degradadas (SANTOS et al, 2001) e minimizar possíveis impactos ambientais decorrentes da utilização destes insumos.…”