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A. CARVALHO e H. ANTUNES FILHO, engenheiros agrônomos, Seção de Genética, Instituto Agronômico RESUMOAs progênies de cafeeiros murta são constituídas de plantas bourbon (ttNaNa), murta (ttNana) e anãs (ttnana), na proporção de 1:2:1.A fim de comparar as produções de cafeeiros bourbon e murta, progênies de 14 plantas matrizes murta foram estudadas em Campinas, cada progênie sendo inicialmente constituída de 10 plantas murta e 10 plantas bourbon. Em Pindorama estudaram--se apenas cinco progênies, constituída cada uma delas de cinco plantas murta e cinco bourbon. Tôdas foram plantadas a um pé por cova, para estudo das produções individuais. As plantas anãs não foram levadas para o campo por serem de desenvolvimento excessivamente lento e apresentarem produção pràticamente nula. Algumas delas foram conservadas em viveiro a fim de se observar seu desenvolvimento e frutificação.Verificou-se maior número de falhas entre as plantas murta do que entre as bourbon, principalmente em Campinas, indicando que os cafeeiros murta são mais fracos do que os cafeeiros bourbon. Em Pindorama esta diferença foi menos acentuada.A produção total média no período 1939-1952 em Campinas e em Pindorama foi analisada, confirmando-se os resultados já anteriormente obtidos, em Campinas, de que a produção do conjunto de plantas bourbon é bem maior do que a das plantas murta. A parte bourbon produziu cêrca de 70% a mais em Campinas e 100% a mais em Pindorama, do que a parte murta.O alelo na, além de influir sobre alguns caracteres morfológicos, deve ser o principal responsável pela drástica redução da produtividade das plantas murta. Os efeitos do alelo na não se fazem sentir no tamanho e peso dos frutos e sementes. É mais provável que a ação dêste alelo se relacione com a redução do número total de flores nas plantas murta ou no pegamento destas flôres, resultando em um menor número de frutos, em relação às plantas bourbon.
Progênies de café Maragogipe A. D. derivadas de 115 plantas matrizes selecionadas na região de São José do Rio Pardo e Mococa, foram plantadas em Campinas, em 1936 e 1937. Estas progênies foram divididas em três grupos, a saber: grupo A, constando de um conjunto de 62 progênies provenientes de sementes obtidas de flores de polinização aberta, plantadas em 1936 em linhas de 20 cafeeiros cada uma; grupo B, com 53 progênies com 10 plantas cada uma, também oriundas de sementes de flores não autofecundadas artificialmente, e finalmente um grupo C, encerrando as mesmas progênies do grupo B, tendo, porém, as plantas provindo de sementes obtidas pela autofecundação artificial das flôres e sendo plantadas em 1937, em seguida aos 10 cafeeiros das progênies correspondentes ao grupo B. Tôdas as 115 progênies, num total de 2300 plantas, tiveram suas produções individuais controladas por seis anos, quando então se fêz uma seleção, continuando-se a colhêr apenas 20 progênies até 1952. Das outras progênies, 310 cafeeiros se mostraram mais produtivos aos seis anos, e continuaram também a ser colhidos individualmente até que se efetuou a seleção definitiva em 1952. Com os dados de produção obtidos procurou-se verificar se a eliminação das piores progênies, baseando-se nos dados dos dois primeiros anos de produção, ocasionaria a perda de progenies bem produtivas após seis anos de produções sucessivas. A análise dos dados mostrou que poucas progênies teriam sido eliminadas, se tal seleção tivesse realmente sido feita. A comparação de uma seleção das melhores progênies baseada nos dois primeiros anos de produção com a classificação das progênies aos seis anos de produção, mostrou igualdade de eficiência. A julgar por êstes dados a seleção dos progênies do Maragogipe A. D. poderia ter sido eficientemente feita após as duas primeiras produções; contudo, o contrôle das produções por um período mínimo de seis anos é aconselhável para evitar a perda de progênies de valor e um pouco tardias. Dos 310 cafeeiros individuais selecionados, 230 pertenciam aos grupos A e B e 80 ao grupo C, os quais, tendo um ano a menos de produção que os demais, foram considerados à parte. Para os grupos A e B escolheram-se as 50 plantas mais produtivas após o primeiro, segundo e terceiro biênios e também depois de quinze anos de colheitas acumuladas. Verificou-se que muitos dos melhores cafeeiros aos dois anos não se conservaram entre os mais produtivos alguns anos depois. Pelo comportamento individual dos cafeeiros concluiu-se da necessiadde de se colherem dados de suas produções pelo menos por 12 a 15 anos sucessivos, para então se poder realizaruma escolha mais eficiente. Para as plantas do grupo C os resultados observados foram concordes com os dos grupos A e B. O estudo dos coeficientes de variação da produção dos três grupos de plantas indicou votores médios ao redor de 30,00%, sendo mais elevados para o grupo C, de plantas provenientes de sementes autofecundadas. Determinou-se para os 115 progênies a sua constituição genética com relação dos fatôres maragogipe e côr dos brotos. Comparando as suas produções com a condição do alelo Mg, notou-se que, de um modo geral, os progênies heterozigotas Mg mg apresentam maiores produções em kg de café moduro do que as progenies homozigotas Mg Mg. As progênies que segregam para o fator maragogipe apresentaram, em geral, maiores valores para o C V. que as homozigotas. Algumas progênies do grupo C que tiveram valores do C. V. bastante elevados, também são as de maior variação no grupo B, indicando provàvelmente que segregam para fatôres que controlam a produção. Além da análise genética das plantas matrizes, 123 cafeeiros móis produtivos foram também estudados quanto à segregação do fator Mg e, dêsses, apenas 17 quanto aos alelos T e Na. Verificou-se que os cafeeiros portadores dos alelos TT apresentam menor produção médio do que as plantas tt, e que as plantas Mg mg são mais produtivas que as do constituição Mg Mg e mg mg. Os dados referentes às porcentagens de sementes dos tipos moca, concho e chato, tamanho da semente (peneira média) e rendimento, foram analisados apenas para um grupo de progênies. Verificou-se que o quantidade de sementes moca e concha mostrou-se baixa, e que as progênies apresentam uma porcentagem média bem próxima à observada nas respectivas plantas matrizes. A peneira média mostrou-se muito pouco variável e da ordem de 20,0, não ocorrendo grandes diferenças entre as plantas matrizes e as suas progênies. O rendimento de algumas progênies foi ruim, enquanto em outras mostrou-se excelente. Os dados de produção obtidos em 15 anos de observações no café Maragogipe A. D. indicam que as progenies de prefixos 315, 300, 306 e 307 seriam as mais indicados paro a multiplicação, caso se observasse um maior interêsse por este tipo de café.
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