RESUMOObjetivo. Determinar a prevalência de depressão maior e ansiedade generalizada em pacientes migranosos. Pretendemos, ainda, verificar se há diferenças significativas entre pacientes com migrânea com e sem aura e se há uma relação direta entre a coexistência de ansiedade e depressão e uma maior frequência da cefaléia. Método. Foram incluí-dos pacientes que preencheram os critérios da Sociedade Internacional de Cefaléia para migrânea, os critérios da DSM IV foram aplicados visando ao diagnóstico de ansiedade e depressão. Resultados. Foram avaliados 253 pacientes, sendo 46 com aura (18,18%) e 207 sem aura (81,82%). Depressão foi diagnosticada em 65 (25,7%) pacientes e ansiedade em 67 (26,5%), uma prevalência significativamente maior do que na população geral (p<0,001). Os pacientes com migrânea com aura têm uma chance maior de ter depressão e ansiedade quando comparado aos pacientes sem aura (odds ratio 1,5 e 1,8 respectivamente). Os pacientes com ansiedade, depressão ou ansiedade associada à depressão têm uma maior frequência de cefaléia do que os pacientes sem comorbidades psiquiátricas (odds ratio 1,4, 1,9 e 2,0 respectivamente). Conclusões. Sugerimos que ansiedade e depressão devem ser sistematicamente pesquisadas em pacientes migranosos, já que a prevalência dessas comorbidades nesses pacientes é bem superior do que na população geral.
ABSTRACTObjective. To determine the prevalence of major depression and generalized anxiety in migraine patients and attempt to determine if exists a direct relationship between these comorbidities and a greater frequency of cephalalgia. Method. It were Included patients that met the criteria of the International Society of Cephalalgia for migraines, the criteria of DSM IV were applied for the diagnosis of anxiety and depression. Results. 253 migraine patients were evaluated. Depression was diagnosed in 65 (25.7%) patients and anxiety in 67 (26.5%), a significantly greater prevalence than that of the general population (p<0.001). Patients with anxiety, depression or anxiety associated with depression have a greater frequency of cephalalgia than patients without psychiatric comorbidities (odds ratio 1.4, 1.9 and 2.0 respectively). Conclusions. We concluded that anxiety and depression must be sistematically researched in migraine patients since the prevalence of these comorbidities in these patients is far superior than that of the general population.