“…Esse argumento, contudo, independentemente da pessoa a quem a doença é atribuída, ainda permanece suscetível às críticas bakhtinianas(Castro, Portugal, Jacó-Vilela, 2011). 14 Há estudos que apontam, por conta da epilepsia, que o próprio Machado se comparou a Flaubert(Chapman, Chapman-Santana, 2000) e os que, na esteira da comemoração dos cem anos de sua morte, reificaram seu estatuto de mulato e epiléptico para enfatizar que ele escreveu sobre "una franja muy notoria de orates e locos"(Cobo Borda, 2008, p.40). Com base na documentação de epilepsia em textos e cartas de Machado de Assis, e da sua condição de mulato, Yacubian e Caboclo (2011) afirmaram que Machado oferece um enigma insolúvel para psicólogos e ensaístas por causa da luta contra a mácula da epilepsia.15 Mesmo estudos focados estritamente na análise etiológica e neuropsiquiátrica de sua epilepsia a partir do registro de pessoas que testemunharam suas crises dão ênfase a seu estereótipo de "mulato"(Guerreiro, 1992).…”