Valium endovenoso no tratamento do estado de mal epiléptico

Abstract

A recente obtenção dos derivados benzodiazepínicos veio abrir novas perspectivas na terapêutica da epilepsia. Embora a ação favorável dessas drogas ainda não tenha sido estabelecida em definitivo para os diferentes tipos de crises, seu uso parece ser particularmente útil no controle do "Pequeno Mal" 2 > 3 -5 . 7 , dos espasmos em flexão *• 6 > !) -1,1 e dos "estados dc mal epiléptico 2 . 8 > 12 .No presente trabalho relatamos nossa experiência com o uso do Valium (diazepam) por via endovenosa (E.V.) em pacientes em "estado de mal epiléptico". Éste termo é aqui empregado em sentido mais amplo, englobando não apenas pacientes em "status epilepticus" -definido por Gastaut e col. 1 -mas também aqueles com recuperação da consciência, nos perío-dos intercríticos ("serial epilepsy") 8 . MATERIAL E MÉTODONosso material consta de 25 pacientes admitidos nos últimos 8 meses, que apresentavam crises generalizadas ou lateralizadas, de freqüência não inferior a duas por hora, com ou sem recuperação da consciência, nos períodos intercríticos. Em 5 pacientes constatou-se afeccão neurológica aguda; nos restantes, a provável etiología estava relacionada a lesão cerebral crônica, não determinada em 6 pacientes (Tabela 1).O Valium foi administrado por via E.V., lentamente (2-3 mg/minuto), na dose média de 0,3 a 0,4 mg/kg, para pacientes com peso inferior a 25 kg; a partir desta cifra, na dosagem única de 10 mg. Quando necessária, uma segunda dose era injetada, decorridos pelo menos 30 minutos, por via E.V. ou através de infusão E.V. pelo sistema gota a gota.Considerou-se ótimo resultado a cessação imediata das crises, por espaço não inferior a 6 horas, após a primeira ou segunda dose; como regular a diminuição em sua freqüência; como mau, a inalterabilidade do número de crises, mesmo após aplicação de uma segunda dose.