No presente trabalho estudaremos as modificações do quadro epiléptico em pacientes com crises tônicas axiais e crises acinéticas quando tratados com Nitrazepam (Mogadon) e Diazepam (Valium).
CASUÍSTICA E MÉTODOSNossa casuística consta de 2 pacientes com crises tônicas axiais e de 10 pacientes com crises acinéticas os quais, antes do inicício do seguimento terapêutico apresentavam um ou vários episódios por dia. O planejamento clinico-terapêutico foi apresentado em trabalho anterior 8 .As crises tônicas, em ambos os casos, se caracterizavam por contração tônica generalizada, elevação dos membros superiores em abdução, extensão dos membros inferiores, desvio conjugado ocular vertical e perda passageira de consciência (crises tônicas axo-rizomélicas).Embora presentes durante o sono, apenas consideramos as crises diurnas, devido à falta de dados precisos sobre a freqüência das manifestações noturnas. No caso 1, com grande regularidade, estas crises foram observadas em número de 10 a 15 por dia, durante um ano, até o início do tratamento com Nitrazepam. No caso 2, observavam-se de 1 a 4 crises por dia, mas a criança, no início do tratamento com anticonvulsivantes usuais chegou a passar até dois dias sem manifestações. As crises tônicas iniciaram-se aos 13 meses (caso 1) e aos 10 meses (caso 2).Outras manifestações epilépticas foram observadas antes do tratamento com Nitrazepam. Tratavam-se de crises acinéticas e de espasmos em flexão (caso 1). Tais crises precederam por 5 meses o aparecimento das crises tônicas axiais, já estando controladas na época em que estas últimas surgiram. Coincidindo com o aparecimento das crises tônicas axiais, episódios freqüentes de desvio conjugado ocular vertical não acompanhados pelo espasmo tônico foram observados no caso 2. Outras vezes a criança apresentava mioclonias limitadas aos membros superiores.No caso 1 o quadro clínico teve seu início relacionado à vacinação antivariólica e tríplice; no caso 2 não foi possível estabelecer relação com qualquer antecedente mórbido.Os dois pacientes foram submetidos a tratamentos clínicos antes do seguimento planejado com Nitrazepam, durante um ano (caso 1) e um mês e meio (caso 2). Em um dos pacientes (caso 1) nenhuma das medicações prescritas antes do Nitrazepam exerceu influência sobre a intensidade e a freqüência das crises tônicas. O outro paciente (caso 2) obteve discreta melhora com o uso de anticonvulsivantes usuais. Medicado inicialmente com primidona e fenobarbital melhorou ligeiramenNota do autor -Este trabalho constitui parte da tese apresentada para Concurso à Docência Livre