Importância clínica da determinação quantitativa ε qualitativa do fluxo sanguíneo por meio de isótopos

Abstract

Graças ao método gasoso de Kety e Schmidt 6, 7, 8, 9 foi possível, há 20 anos, a determinação quantitativa do fluxo sangüíneo cerebral no homem. A partir de então apareceram mais de 300 publicações relatando os resultados obtidos com êsse método sob condições normais, farmacológicas e patológicas (Lassen 10 e Sokoioff 29, . 30 ). A concordância entre os dados da experimentação animal 27, . 28, . 31, . 32, . 33,34 e os obtidos pelo método gasoso justificam considerar os resultados dêste último como base para aferir a exatidão de outros métodos. Normalmente o fluxo sangüíneo cerebral é de cêrca de 800 ml por minuto. Isto significa que mais de 1.000 litros de sangue fluem através do cérebro humano por dia; 100 g de tecido cerebral têm, no homem normal, um fluxo de 58 ml de sangue por minuto. Pelas experiências de Gottstein e col. 2 . 3 sabe-se que o cérebro consome por dia 74 1 de oxigênio e 115 g de açúcar e que o cérebro sadio metabolisa exclusivamente glicose, pois o quociente respiratório é igual a 1, isto é, o produção de ácido carbônico equivale ao consumo de oxigênio.O método de Kety e Schmidt é complicado e exige experiência pessoal para a obtenção de dados precisos. Ademais, não se presta para o exame clínico rotineiro, por acarretar significativo consumo de tempo e grande sobrecarga para o paciente. Os números obtidos representam apenas valôres médios e se referem ao cérebro in toto, ou melhor, a um pêso cerebral mé-dio de 1.300 a 1.400 g, de modo que só a média de uma série de observações permite afirmativas definidas. O valor dos exames isolados é limitado pela grande margem de êrro. Além disso, êsse método não permite determinar o fluxo sangüíneo regional ou diferenças de fluxo entre os dois hemisférios cerebrais, o que é desejável, por exemplo, no caso de tumores cerebrais ou de angiomas artério-venosos. Da mesma forma, as modifica-