BARREIRA HEMOENCEFÁLICA JOSÉ MARIO TAQUES BITTENCOURT * HORACIO MARTINS CANELAS * Do conhecimento da anátomo-fisiologia do aparelho seletivo interposto ao sangue e ao sistema nervoso central decorre o esclarecimento de relevantes problemas ligados à neurofisiologia normal e patológica e à terapêutica das enfermidades nervosas. Já em fins do século passado admitia-se 1 a existência de uma estrutura destinada a controlar o acesso, ao sistema nervoso, de elementos químicos ou biológicos circulantes no sangue. Goldmann a realizou experiências fundamentais com o azul-tripan, observando que, quando injetado na veia, todos os órgoãs se coravam, com exceção do sistema nervoso central **; porém, quando era empregada a via intratecal, esse tecido tomava coloração azul. Por outra série de experiências, ficou demonstrado que a toxina tetánica 8 e os vírus neurotrópicos só utilizam a via neural em seu trajeto para o sistema nervoso. Foi então que, após estudos experimentais extensos e admitindo que o liqüido cefalorraqueano fosse o meio nutriente do sistema nervoso, Stern e Gautier * criaram o conceito de barreira hemoliquórica. Stern afirmava que " distúrbios nervosos atribuíveis a