Usuários adultos classificados como pouco urgentes em Unidade de Pronto Atendimento

Abstract

O objetivo da presente pesquisa foi conhecer os usuários vinculados às 12 Unidades Básicas de Saúde (UBS) que se consultaram em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e receberam classificação de risco pouco urgente, em um munícípio brasileiro de grande porte, em 2017. Trata-se de uma pesquisa de abordagem quantitativa que utilizou dados secundários do serviço. Foram identificados 3.584 usuários que atenderam aos critérios do estudo. Estes representaram 7% do total de usuários dessa UPA que tiveram a mesma classificação. A maioria dos usuários possuía entre 41 e 65 anos (36,3%), principalmente mulheres (62.3%), e preferiram ser atendidos em dias e horários em que as UBSs estavam fechadas. Houve relação positiva entre o número de indivíduos cadastrados em cada UBS e a demanda de consultas pouco urgentes para adultos na UPA; além disso, a faixa etária relacionou-se com o horário de busca do atendimento. Os principais sintomas observados foram: cefaleia; dispneia; e dor abdominal, lombar e de garganta.

Perfil de Atendimento em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) em um município do oeste paranaense, segundo o Protocolo de Manchester

“…Uma revisão sistemática realizada para compreender as razões que levam o paciente a buscar o serviço de Pronto Atendimento (PA), quando estes poderiam ser atendidos na Atenção Básica, revelou que a restrição de horário de funcionamento das UBS, a dificuldade de encontrar agenda disponível na UBS, considerar que sua doença necessita de um atendimento de urgência e a maior disponibilidade de recursos no PA do que na UBS são fatores que influenciam a decisão de procurar por este tipo de serviço. Dessa forma, é evidente que os usuários preferem a rápida resolução dos seus problemas e por isso dirigem-se aos PA (Caccia-Bava, et al, 2011;Dixe, et al, 2018;Marques, Lima, 2007;Schafirowitz, de Souza, 2020).…”

Fatores associados ao uso não urgente dos serviços de emergência da Unidade de Pronto Atendimento da FHMMF em Pirapora – MG

“…Diante deste contexto, destaca-se que a adequada organização dos serviços de saúde e o planejamento de ações educativas para minimizar os efeitos do uso inadequado dos SE, e conscientização da população, dependem do conhecimento da realidade local e das necessidades da população (Miccas;Batista, 2014). A identificação do perfil dos usuários classificados como não urgentes ou pouco urgentes, e os motivos da procura dos SE, diminui o tempo de permanência de indivíduos com problemas pouco urgentes nas emergências, otimizando a utilização dos cuidados de saúde (Schafirowitz;Souza, 2020). Além disso, adicional atenção deve ser dada às características modificáveis da APS que têm o potencial de ajudar a reduzir o uso de SE, através da articulação entre os níveis de assistência (Alabbasia;Kruger;Tennant, 2021).…”