O olhar de residentes em Enfermagem Obstétrica para o contexto da violência obstétrica nas instituições

Abstract

Este trabalho pretendeu compreender a percepção de residentes em Enfermagem Obstétrica sobre violência obstétrica em uma maternidade referência do município de Belo Horizonte, estado de Minas Gerais, Brasil. Trata-se de estudo descritivo e exploratório de abordagem qualitativa. A coleta dos dados foi realizada por meio de grupo focal. Para análise dos dados foi utilizada a análise de conteúdo de Bardin, da qual emergiram três categorias: condutas inadequadas de assistência ao parto; procedimentos desnecessários com finalidades didáticas e/ou iatrogênicas; e preconceito de gênero, raça/etnia e de classe socioeconômica. O estudo aponta que as residentes reconhecem a prática da violência obstétrica no processo de formação e suas repercussões para a mulher e, ainda, evidencia a necessidade premente de investimento institucional em espaços que promovam discussões sobre a violência obstétrica.

Violência Obstétrica E Neonatal E Suas Interfaces Com a Prevenção Quaternária: Uma Revisão Integrativa

“…Dentre esses, destaca-se a episiotomia, que é realizada rotineiramente nos serviços de atendimento ao parto, muitas vezes, sem o consentimento da mulher [22][23][24][25][26][27][28][29][30][31] .…”

“…Além disso, ao longo do trabalho de parto, muitas vezes, a mulher é avaliada de forma mecânica, com a realização de toques no corpo sem seu consentimento 24 . Fato que agravasse diante da ocorrência de exames de toque repetitivos e por vários profissionais, visto que causa desconforto na mulher 24-25, 27, 29, 33-34 .…”

“…Também há utilização de manobras físicas, que modificam o processo de parturição fisiológico, como a Manobra de Kristeller que, mesmo sem indicação cientificamente comprovada, teve sua realização apontada por diversos estudos dessa revisão 22,24,[26][27][28][29][30][31] .…”

“…O uso de instrumentais também foi evidenciado, como o amniótomo, para a realização de amniotomia (ruptura artificial de membrana) 25,30-31 e o uso de Fórceps 24,27 , que é indicado em casos específicos (quando é necessária a retirada do feto por alguma razão, seja por a não suficiência da contração natural ou quando há o cansaço eminente da mãe) que colocam em risco a vida do binômio mãe-bebê 35 .…”

Perfil Sociodemográfico E Obstétrico De Mulheres Vítimas De Violência Obstétrica No Médio Norte Matogrossense / Sociodemographic and Obstetric Profile of Women Victims of Obstetric Violence in the Middle North Matogrossense

“…. Assim, procedimentos violentos e/ou desnecessários se tornam intrínsecos e rotineiros no parto Menezes et al (2019). afirmam que essa invisibilidade dificulta o registro de denúncias, sendo necessário mobilizar os profissionais e a sociedade civil sobre a temática e fortalecer a adoção de práticas baseadas em evidências científicas.Além da alta prevalência de cesarianas vivenciadas por mulheres desse estudo, possivelmente por cirurgias eletivas, a principal prática inadequada evidenciada na assistência obstétrica foi a ausência do acompanhante no momento parturitivo.…”