O presente estudo tem como objetivo analisar os desafios de gênero na liderança de Empreendimentos na Economia Solidária. Trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativa, realizada por meio de entrevistas semiestruturadas e análise de conteúdo. Foram entrevistadas 13 mulheres das cidades de Belo Horizonte - MG, Niterói - RJ, Crato - CE e Barbalha - CE. Os resultados indicam que as mulheres ingressaram na Economia Solidaria em fases desafiadores de suas vidas. Apresentaram um modelo de lideranças transformacional, com comportamentos ativos e persuasivos, visando o trabalho participativo, a cooperação, o coletivismo e o bem comum. Embora as mulheres que moram na mesma residência ou possuem filhos e netos dependentes apresentarem uma maior dificuldade em conciliar vida profissional e pessoal, todas relataram uma forte rede de apoio de seus familiares para atuação no movimento. Além disso, elas denunciam comportamentos machistas de colegas e clientes, percebem a necessidade de validar suas competências constantemente e possuem seus espaços limitados por colegas, servidores públicos e políticos. Este estudo lança luz sobre a experiência de liderança em um modelo econômico solidário e popular, ampliando a discussão referente aos desafios de gênero.