Literaginga é epistêmica, ao situar a literatura e a ginga como produtora de potência crítica e subjetiva, trazendo questionamentos à produção literária e constituindo uma metodologia, a partir da criação do dispositivo de leitura como análise de literaturas a serem observadas. A noção de literaginga age como instância de movimento, estética e escrita, pois dá vazão à mudança de perspectiva sobre a ideia aqui apresentada. Esse artigo consiste na apresentação de um recurso sinestésico aproximando elementos fortes da memória cultural negro-brasileira, como a capoeira, por seu teor simbólico, para o trato com ferramentas usadas na literatura. Para isso, foi utilizado o aporte teórico dos estudos fomentados pelos aspectos característicos da literatura, que recorreu a Antônio Cândido (2006), a fim de pensar a relação entre literatura e sociedade. Para friccionar os certames relacionados a criação de palavras usou a noção exposta por Guilbert (1975). Para fomentar aos estudos da performance aproximando com a literatura recorreu-se a Graciela Ravetti (2002). Além disso, invocou aos saberes dos mestres de capoeira para refletir sobre a sua importância cultural e social. O objetivo apontou para a verificação cultural do conceito literaginga a fim de construir uma dialética entre capoeira e literatura, compreendendo, o desenvolvimento e o aprofundamento de novas metodologias dos saberes. A metodologia está pautada em estudo bibliográfico, com base em material já elaborado e constituído principalmente de livros e artigos científicos. Os resultados apontam para uma nova categoria de análise que se aproxima das produções literárias contemporâneas negro-brasileiras.