Esta pesquisa investiga a construção de uma qualidade de consciência enquanto atenção e presença no trabalho do ator/performer. Para tanto, num primeiro capítulo, tratamos sobre a noção de consciência no âmbito teatral, bem como os apontamentos necessários a respeito da dicotomia corpo/mente, e, em seguida, encontramos no pensamento de Francisco Varela, Yasuo Yuasa e Philip B. Zarrilli caminhos para se (re)pensar uma outra qualidade possível à consciência. Tendo como eixo norteador a análise do trabalho de Jerzy Grotowski ao final de sua vida (no período denominado Arte como Veículo), o segundo capítulo foca sobre as noções de Verticalidade, Awareness, Performer e o binômio I-I apresentados pelo diretor polonês. Além de uma análise sobre este momento da pesquisa de Grotowski, se apresenta ainda um diálogo com Varela, Yuasa e Zarrilli, a fim de privilegiar a ideia do trabalho do artista sobre si mesmo (sobre a noção de cultivo), relacionando arte e vida, entendendo neste processo a construção de uma qualidade de consciência sutil e refinada. Num terceiro momento direcionamos o foco da pesquisa para processos criativos da autora, relacionando discurso teórico e experiência vivida, a fim de encontrar os próprios caminhos na construção desta qualidade diferenciada de consciência.