O sombreamento e a ventilação natural se constituem nas estratégias bioclimáticas mais relevantes no que se refere à adaptação das edificações às características do clima quente e úmido. No contexto da maioria das cidades brasileiras, entretanto, os códigos de edificações consideram alguns cômodos de permanência transitória como adequadamente ventilados através de poços horizontais e/ou verticais. Na realidade, vários destes ambientes têm se mostrado inadequadamente ventilados, apresentando reduzidas taxas de renovação de ar e favorecendo o aparecimento de bolor. O objetivo deste trabalho é avaliar a utilização de dutos verticais e horizontais, para incrementar a ventilação natural de habitações de interesse social. A metodologia utilizada baseia-se em análise comparativa do desempenho de modelos computacionais de apartamentos com determinados ambientes abertos para dutos com diferentes configurações, visando analisar a influência da posição (vertical e horizontal), dimensão da seção do duto, aberturas de entrada e saída dos dutos e ângulo de incidência do vento, que resultaram em cinco modelos. O estudo foi realizado utilizando-se o programa baseado na dinâmica de fluidos computacional (CFD), PHOENICS VR 3.6.1 (CHAM, 2005). Os resultados mostram que a ventilação natural através de dutos pode ser eficaz, desde que devidamente projetada. A orientação das unidades habitacionais em relação aos ventos dominantes tem grande influência na circulação do vento no interior dos ambientes. Além disso, é indispensável a existência de aberturas de entrada e saída devidamente posicionadas, mesmo nos apartamentos bem orientados em relação aos ventos dominantes. As ferramentas de simulação computacionais permitem a visualização prévia e ajuste das estratégias mais adequadas para cada projeto, podendo ser usadas para refinar as recomendações dos atuais códigos de edificações existentes no Brasil, no que se refere à ventilação por meio de dutos.