Economia Criativa: uma estratégia de desenvolvimento urbano em Belo Horizonte

Abstract

Resumo Este artigo pretende construir uma base de reflexão sobre a Economia Criativa como estratégia de desenvolvimento urbano, adotada no Brasil nas últimas décadas. Será traçado um panorama acerca do novo setor através de uma revisão bibliográfica e, para exemplificar, tomaremos a cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais, onde tal segmento vem sendo incorporado pelos governos estadual e municipal através de políticas públicas culturais visando à valorização do plano local. As propostas mapeadas na capital nos permitirão pensar sobre a hipótese da adoção da Economia Criativa como um modelo de crescimento econômico que corrobora com a lógica de transformação espacial por meio da prática do empreendedorismo urbano local – baseada numa dinâmica rentista-financeira –, incentivando novos estudos na área.

Concepções, Políticas Públicas e Práticas Relacionadas à Economia Criativa: uma revisão integrativa da literatura

“…Foi na extinta Secretaria da Economia Criativa (SEC), que se pensou o plano estratégico conhecido como Plano Brasil Criativo (PBC), que visava a implementar ações no campo das indústrias criativas. O PBC tinha como propósito executar um projeto próprio de economia criativa enfatizando o desenvolvimento e inclusão social através da diversidade cultural do país (Salles, 2022).…”

“…É do governo federal que precisa surgir algum estímulo ou direcionamento que faça acontecer as políticas públicas ao nível de cidades e regiões. Em outras palavras, as cidades e regiões do Brasil, com raras exceções, ficam estáticas ou descoordenadas se não houver um interesse centrado no (Salles, 2022). No seu lugar, criou-se uma Secretaria Especial da Cultura, dentro da estrutura do Ministério do Turismo (Brasil, 2022b).…”

Cidades Criativas, Direito E Sustentabilidade: Uma Revisão Sistemática De Literatura

“…De acordo com Reis (2012), posteriormente, a Inglaterra de Tony Blair, nos anos de 2007, desenvolveu um projeto semelhante, sendo que, daí em diante, tornou-se bastante comum que outros países desenvolvidos praticassem economias criativas.…”

“…Essas cidades têm tendência a construir fortes infraestruturas sociais e culturais, para terem fortes concentrações de emprego relacionadas com a criatividade e serem atrativas para investimentos devido às suas bem estabelecidas estruturas artísticas e culturais. Reis (2012), por seu turno, discorre que as cidades criativas têm relação direta com a economia da Sociedade do Conhecimento, um novo paradigma, pode-se dizer, relacionado diretamente à transformação do capitalismo e sua adaptação à imensa produção e acúmulo de dados que se tem nos dias de hoje.…”

“…Desta feita, Reis (2012) disserta que a diversidade constitui um dos grandes valores culturais a serem explorados pelas cidades criativas. Assim, é possível que se correlacione os recursos culturais ao desenvolvimento econômico, a partir da potencialidade de se gerar renda por meio da diversidade cultural.…”