Este artigo, parte da revisão metodológica de uma pesquisa em andamento, discute a configuração urbana de áreas industriais. Fazemos isso no contexto dos modelos configuracionais e da sintaxe urbana. Nosso interesse se dá na possibilidade de mensurar a (in)adequação de uma malha pensada originalmente como centro de grandes fábricas e indústrias, responsável pelo escoamento eficiente da sua produção, e usada, contemporaneamente, em usos predominantemente urbanos, como habitação, comércio e serviços. Buscamos, através deste estudo quantitativo, contribuir com a compreensão da complexidade da configuração urbana, discutindo como uma organização extremamente hierarquizada pode prejudicar a heterogeneidade de usos do solo. O recorte territorial do estudo é a zona industrial da cidade de Lages, centro da Região Metropolitana do Planalto Serrano, Santa Catarina. A área se destaca se destaca pela separação com o restante da cidade em função da passagem de uma rodovia federal, situação que reforça o status de periferia, social e territorial, para a população local. Nossos resultados mostram uma rede local hierarquizada e com entropia baixa se comparada ao restante da cidade, confirmando a segregação de oportunidades e serviços urbanos para as demandas locais.
PALAVRAS-CHAVE: Morfologia urbana; áreas industriais; Lages/SC.