2018
DOI: 10.1590/2236-463320181810
|View full text |Cite
|
Sign up to set email alerts
|

Machado de Assis e Silvio Romero: escravismo, “raça” e cientificismo em tempos de campanha abolicionista (década de 1880)

Abstract: ResumoO objetivo deste artigo é explorar a historicidade e as desavenças em torno do abolicionismo e da presença da "raça negra" no Brasil em fins do século XIX, fundamentalmente na década de 1880, recortado nas obras de Machado de Assis (1839-1911) e Silvio Romero . Nesse período, os grandes debates públicos giravam em torno do fenô-meno literário, razão pela qual optou-se por investigar o modo como o escravismo e o abolicionismo e o racismo científico aparecem nos textos do historiador e crítico literário Si… Show more

Help me understand this report

Search citation statements

Order By: Relevance

Paper Sections

Select...
1
1
1

Citation Types

0
0
0
3

Year Published

2020
2020
2023
2023

Publication Types

Select...
4
1

Relationship

0
5

Authors

Journals

citations
Cited by 6 publications
(3 citation statements)
references
References 1 publication
0
0
0
3
Order By: Relevance
“…A epígrafe acima é, como se nota, de Sílvio Romero (1881) -importante crítico literário brasileiro do século XIX, cujas contribuições para os estudos literários e sociológicos são relevantes. As pesquisas que incidem sobre a vida e obra do referido crítico descortinam sua filiação ideológica e, tão logo, evidenciam seu posicionamento diante das questões raciais: de um lado, por conveniência político-econômica, Romero adotou um discurso intelectual timidamente antiescravagista (Schneider, 2018); e, por outro, não se esquivou em adotar as teorias racialistas de seu tempo, as quais sugeriram o branqueamento da população brasileira como possibilidade de purificação da nação e o alcance do progresso.…”
Section: Considerações Iniciaisunclassified
“…A epígrafe acima é, como se nota, de Sílvio Romero (1881) -importante crítico literário brasileiro do século XIX, cujas contribuições para os estudos literários e sociológicos são relevantes. As pesquisas que incidem sobre a vida e obra do referido crítico descortinam sua filiação ideológica e, tão logo, evidenciam seu posicionamento diante das questões raciais: de um lado, por conveniência político-econômica, Romero adotou um discurso intelectual timidamente antiescravagista (Schneider, 2018); e, por outro, não se esquivou em adotar as teorias racialistas de seu tempo, as quais sugeriram o branqueamento da população brasileira como possibilidade de purificação da nação e o alcance do progresso.…”
Section: Considerações Iniciaisunclassified
“…Com efeito, da mesma forma que a obra de Machado assombra a experiência histórica brasileira, ao confrontar as expectativas de redenção futurista e a domesticação do passado, a presença fantasmagórica do seu corpo negro assombra os fundamentos de uma cultura de história que naturalizou o racismo institucional e normalizou a imagem do maior autor de sua tradição literária como branco, como pode ser facilmente constado no documentário Machado de Assis: a crônica e a história (2008), dirigido por Antônio Carlos Fontoura, e no comercial a propósito dos 150 anos da Caixa Econômica Federal em 2011. Naturalização do autor branco que não aconteceu a despeito de toda uma tradição interpretativa complexa (WERNECK, 2008;GUIMARÃES, 2017), marcada tanto pelo ataque à presença do corpo negro quanto pelo seu ocultamento ou minimização (ROMERO, 1897;PEREIRA, 1936), perspectivas confrontadas contemporaneamente por estudiosos responsáveis por apontar para os imbricamentos entre o corpo e a produção literária (DUARTE, 2009;SCARPELLI, 2008;VITAL, 2012;SILVA, 2014;SANTIAGO, 2016;SCHNEIDER, 2018;PINTO, 2018), inescapável para o nosso contexto de consolidação das reflexões teóricas pós-coloniais e decoloniais (FANON, 2008;MBEMBE, 2017;OLIVEIRA, 2018OLIVEIRA, , 2019.…”
Section: Introductionunclassified
“…Isso levou o antropólogo Kabengele Munanga a nomear o racismo brasileiro de "crime perfeito". 47 Racismo epistêmico e epistemicídio 46 Veja mais em Schneider (2018 A despeito disso, tomando a teoria de Boaventura de Sousa Santos, Carneiro (2005) define a ideia de epistemicídio como fundamento para o apagamento/morte/assassinato das formas de conhecimento negro. Sousa Santos (2016) define, de maneira geral e a partir de uma Europa branca, que:…”
Section: Racismo Cordialunclassified