2014
DOI: 10.1590/2236-463320140801
|View full text |Cite
|
Sign up to set email alerts
|

A Independência e uma cultura de história no Brasil

Abstract: ResumoO objetivo deste artigo é propor uma análise preliminar de atitudes e valores que os brasileiros da atualidade nutrem diante de um fato histórico específico -a Independência do Brasil -bem como refletir acerca das relações de tais valores e atitudes com condições acadêmicas de formulação intelectual em torno do fato histórico. A investigação está baseada em livros didáticos, best-sellers, vídeos, filmes e magazines de história, bem como em uma pesquisa de opinião pública. Por fim, o artigo discute a noçã… Show more

Help me understand this report

Search citation statements

Order By: Relevance

Paper Sections

Select...
2

Citation Types

0
0
0
6

Year Published

2017
2017
2023
2023

Publication Types

Select...
7

Relationship

0
7

Authors

Journals

citations
Cited by 12 publications
(6 citation statements)
references
References 0 publications
0
0
0
6
Order By: Relevance
“…(São Paulo), n.178, a04518, 2019http://dx.doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.2019 Perspectivas históricas não acadêmicas baseadas em um senso comum, assim como uma porcentagem não desprezível de autores de obras acadêmicas sobre o Brasil, poderiam objetar à proposta de uma história baseada no conceito de revolução ou entender que o Brasil teria conhecido apenas e no máximo aquilo que Antonio Gramsci chamou de "revoluções passivas" (SECCO, 2006;VIANNA, 1996). Em outras narrativas da história do Brasil, "revolução" parece uma palavra desajustada, alienígena, até mesmo caricata, supostamente incapaz de descrever situações concretas (PIMENTA, 2014). Mas há situações em que a palavra surge com força: seja como ideal, temor ou projeto, efetivado ou não, de homens e mulheres no passado ou no presente, ou como categoria analítica capaz de explicar episódios dessa história (COSTA, 2005).…”
Section: Introductionunclassified
“…(São Paulo), n.178, a04518, 2019http://dx.doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.2019 Perspectivas históricas não acadêmicas baseadas em um senso comum, assim como uma porcentagem não desprezível de autores de obras acadêmicas sobre o Brasil, poderiam objetar à proposta de uma história baseada no conceito de revolução ou entender que o Brasil teria conhecido apenas e no máximo aquilo que Antonio Gramsci chamou de "revoluções passivas" (SECCO, 2006;VIANNA, 1996). Em outras narrativas da história do Brasil, "revolução" parece uma palavra desajustada, alienígena, até mesmo caricata, supostamente incapaz de descrever situações concretas (PIMENTA, 2014). Mas há situações em que a palavra surge com força: seja como ideal, temor ou projeto, efetivado ou não, de homens e mulheres no passado ou no presente, ou como categoria analítica capaz de explicar episódios dessa história (COSTA, 2005).…”
Section: Introductionunclassified
“…O Processo de Bolonha, em curso avançado de implantação na União Europeia, consagrou uma visão mercadológica e pragmática da educação a serviço do mercado e da produção de riqueza: "[...] a educação superior passa a ser considerada um serviço lucrativo e rentável e não propriamente um direito de todas as pessoas" (SILVA, 2013, p. 251). No Brasil, a transição entre as Universidades Profissionais, centrada no ensino, à Universidades de Investigação e Pesquisa, tem um ritmo semelhante ao Europeu, sensivelmente acelerado a partir dos grandes projetos de modernização nacional entre as décadas de 1960-1970. Além dessa dimensão curricular, mais recentemente temos nos perguntado sobre a extensão e qualidade da formação em história do brasileiro médio (LEWKOWICZ; RODRIGUEZ, 2016;PIMENTA et al, 2014). A polarização do debate político nos últimos anos, a discussão motivada pela Comissão Nacional da Verdade acerca de nossa história recente e seu significado, tornaram visível um grande descompasso entre a consciência média dos profissionais em história, seus valores, e as interpretações e narrativas históricas de amplos setores da sociedade brasileira (PEREIRA, 2015).…”
Section: Introductionunclassified
“…O legado historiográfico do século XIX foi revisitado e recomposto desde os primeiros anos da proclamação da República e, notadamente, por ocasião do centenário em 1922. No início do século XX, como observou Ângela de Castro Gomes (2004;2014), foram estabelecidos novos parâmetros para as formas de narrar a história da nação, afirmando-se a República sem rupturas com o passado monárquico, o que conduziu a uma leitura conciliadora do Império. Delineou-se o que Maria de Lourdes Janotti (1998) definiu como um "diálogo convergente" entre monarquistas e republicanos vinculados às elites cafeeiras, os desiludidos com o novo regime e membros das oligarquias regionais, o que abriu caminho para um consenso entre intelectuais e políticos reunidos no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e na Academia Brasileira de Letras em torno de uma interpretação positiva da monarquia e seu papel na construção da nacionalidade que se articulava à compreensão de uma necessária evolução do país para a república e sua missão de reconstrução nacional.…”
unclassified
“…Notas 1 Quero agradecer a João Paulo Pimenta as valiosas sugestões durante a elaboração deste artigo. Sempre atento a tema que há anos vem investigando, as contribuições de João Paulo permitiram clarear certas passagens do texto, incorporar autores e, especialmente, articular às interpretações historiográficas questões relacionadas à cultura de história, amplamente compartilhada por inúmeros setores da sociedade brasileira, e que ele e seu grupo de alunos descortinaram com pertinência (Pimenta et al, 2014).…”
unclassified