Plantas alimentícias na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Piagaçu-Purus, Amazônia Central

Abstract

Resumo A Amazônia é o berço de rica biodiversidade alimentícia ainda muito pouco estudada seja em âmbitos biológicos, nutricionais ou socioculturais. As comunidades tradicionais da região conhecem e manejam historicamente a floresta, preservando hábitos culturais e contribuindo para sua conservação. Neste trabalho, realizamos um levantamento de plantas alimentícias, formas de preparo e diferenças entre padrões sociais no conhecimento botânico através de listagens livres, turnês-guiadas e entrevistas semi-estruturadas. As 220 espécies identificadas e as variadas formas de consumo demonstram o imenso potencial das plantas alimentícias, nativas da Amazônia em maioria, para diversificação agrícola e de hábitos alimentares. As espécies levantadas devem gerar subsídios para novas pesquisas de valorização de plantas alimentícias nativas e da alimentação regionalizada. Os padrões de conhecimento entre grupos sociais distintos apontam para a importância das mulheres na incorporação do conhecimento de espécies silvestres na alimentação cotidiana e de sua valorização como integrante da cultura e como recurso para garantir a soberania alimentar.

Plantas Alimentícias Não Convencionais (Panc) No Estado Do Maranhão, Brasil

“…), o açoitacavalo (Luehea candicans Mart. ), a crista-de-galo (Heliotropium indicum L.), a mangirioba (Senna occidentalis (L.) Link), entre outras que apesar de desconhecidas no Brasil como comestíveis, são comumente consumidas em outros países ou em regiões do semiárido nordestino, onde são consideradas emergenciais por estarem associadas a escassez de alimentos ou a pobreza (Chaves et al, 2017;Machado & Kinupp, 2020).…”

“…Dentro dessa premissa, objetivou-se produzir um inventário florístico que caracterizasse a riqueza de PANC ocorrentes no estado do Maranhão, indicando algum potencial de uso comestível, visando ampliar o conhecimento sobre Mahedy Araujo Bastos Passos ___________________________________________________________________________________ Chaves, 2016;Chaves et al, 2017;Gonçalves, 2017;Borges & Silva, 2018;Passos, 2018;Passos, 2019;Tuler et al, 2019;Carvalho et al, 2020;Kuhlmann, 2020;Machado & Kinupp, 2020).…”

Traditional botanical knowledge: food plants from the Huni Kuĩ indigenous people, Acre, western Brazilian Amazon

“…Kuru pama (Pseudolmedia laevis) is mentioned for its food use in ethnobotanical studies of indigenous and riverine communities throughout the Amazon (Céron et al 2006;Machado 2018;Arrascue 2018). However, the literature review found only one study of its chemical and nutritional potential, and this concerned its role in the diet of primates (Felton et al 2009).…”

“…In Brazil more than 50% of the species consumed are exotic, originating largely from Eurasia, perhaps indicating a form of gastronomic-food "imperialism" (Kinupp & Lorenzi 2014). Machado (2020) states that there are at least 2,200 species of native food plants in Brazilian Amazon alone. This estimate is based on a combination of information from Kinupp (2007), that at least 21% of the plants of natural habitats in the tropical regions can be used as food by humans, and Cardoso et al (2017), that at least 10,000 species of angiosperms occur in the Brazilian Amazon.…”

Chips de Dioscorea bulbifera: uma alternativa inovadora para o beneficiamento tecnológico de plantas alimentícias não convencionais da Amazônia

“…A região amazônica é fonte de uma imensa biodiversidade de plantas com potencial alimentar (Machado & Kinupp, 2020). Muitos desses produtos de origem vegetal, ainda são inexplorados economicamente porque não estão inclusos no mercado industrial, condição que contribui para ausência de informações relacionadas às características físico-químicas, nutricionais, microbiológicas e aproveitamento biotecnológico (Oliveira et al, 2016;Jesus et al, 2020).…”