Democracia, Micropolítica e os Dispositivos de Gestão Educacional Gerencial

Abstract

Resumo: O artigo problematiza o direcionamento das políticas públicas à ampliação do exercício da democracia em educação, fazendo referências às capturas que a gestão gerencial promove ao referendar os valores de mercado. Da mesma forma, analisamos a formação do Estado moderno em sua função de codificador dos fluxos e produtor de territórios vinculados à sociedade de controle. Nesse contexto, o campo educacional, em seus aspectos organizativos e formativos, é atravessado pelo controle, disseminados pela racionalidade econômica. No entanto, as desterritorializações promovem fissuras na racionalidade econômica liberal, a educação menor seria um exemplo desse fluxo desterritorializante democrático em educação.

Contradições na gestão da educação: entre o processo e o produto

“…Seus princípios são desagregação do serviço público em unidades especializadas, e centros de custos; competição entre organizações públicas e entre organizações públicas e privadas; uso de práticas de gestão provenientes da administração privada; atenção à disciplina e parcimônia; administradores empreendedores com autonomia para decidir; avaliação de desempenho; avaliação centrada nos outputs. Democratização e participação popular ocorrem concomitantes à adoção de mecanismos de gestão gerencial (MARTINS, 2016).…”

Hierarquias democráticas e direito à aprendizagem corporativa

“…As proposições das corporações, no entanto, configuram um paradoxo (MARTINS, 2016). A gestão pela centralidade da garantia da aprendizagem, pela lógica corporativa pós-fordista, precisa valorizar/incentivar as linhas de força (insubmissas) como dispositivo de formação.…”

“…No contexto da reforma de Estado, a partir dos anos 1990, os dispositivos de participação democrática de alargar a participação tornaram-se envoltos numa adequação da educação à intensificação da ressemantização de conceitos e práticas em consonância com a racionalidade econômica empresarial. Logo, a gestão gerencial vem sendo dispositivo de produtividade e controle ao promover a formação para expansão do capital e a (des) territorialização dos fluxos/fugas em constante movimento (MARTINS, 2016).…”

“…No contexto da reforma de Estado, a partir dos anos 1990, os dispositivos de participação democrática de alargar a participação tornaram-se envoltos numa adequação da educação à intensificação da ressemantização de conceitos e práticas em consonância com a racionalidade econômica empresarial. Logo, a gestão gerencial vem sendo dispositivo de produtividade e controle ao promover a formação para expansão do capital e a (des) territorialização dos fluxos/fugas em constante movimento (MARTINS, 2016).Neste estudo, pretendemos problematizar as composições de força pelos sentidos da hierarquia da gestão gerencial (pontos/força reativa) e da hierarquia democrática (linhas/força ativa), sobretudo no que tange às organizações educacionais, mais especificamente, pelas proposições corporativas que disputam a introdução de propostas de gestão e aprendizagem afeitas ao momento pós-fordista. E, concomitantemente, consideramos as possibilidades de insubmissão próprias às hierarquias democráticas.…”

Fazer Pesquisa como Processo Relacional: Viver, Analisar e Escrever Problemas na Parceria com Educadores

“…A atenção aos conflitos cotidianos foi necessária quando se optou por olhar para a construção de um Projeto Político Pedagógico com direções democráticas na sua dimensão micropolítica. Para além do campo das políticas universais e dos consensos, interessam a nós, principalmente, saberes e práticas menores (Martins, 2016), que são gestados na política do acontecimento, indeterminados e incapturáveis pela política estadista. Investigamos tais práticas e saberes por meio da passagem daquilo que está consensuado nas diretrizes educacionais para o campo das relações que constroem a escola.…”