Relação entre autoconceito de crianças e estilos de liderança de professores

Abstract

Resumo A interação professor-aluno é essencial para o desenvolvimento das crianças. Essa interação influencia diversos aspectos do comportamento infantil, dentre estes, o autoconceito. Este trabalho teve por objetivo verificar a relação entre o autoconceito em crianças e os estilos de liderança de professores. Participaram desta pesquisa 124 alunos com idade média de 9,5 (DP=1,29), de 4º e 5º anos do Ensino Fundamental, de escolas públicas. Para a coleta de dados foram utilizados dois instrumentos, a Escala de Autoconceito Infanto-Juvenil (EAC-IJ) e o Inventário de Estilos de Liderança de Professores (IELP). Os resultados mostraram três correlações, uma positiva e duas negativas, além da classificação quanto aos estilos de liderança de professores e a classificação dos autoconceitos das crianças. O estudo aponta para a necessidade de se considerar as relações sociais estabelecidas na escola e promove uma reflexão sobre a importância dessas relações para o desenvolvimento infantil.

Relações que protegem: efeitos do programa de qualidade de interação escolar

“…(Skinner, 1972, p. 94) Os achados de Lemos e Batista (2017) também permitem refletir sobre os impactos do controle coercitivo sobre o desenvolvimento pessoal e social das crianças/alunos a eles submetidos. A correlação negativa entre controle coercitivo e autoconceito pessoal identificado pelas autoras levou-as a hipotetizar a produção do clima negativo estabelecido pelo controle coercitivo agindo de modo a influenciar o como a criança se vê de maneira pessoal, explicando que, se a criança tem seu comportamento punido de forma inadequada, um ambiente com ameaças e um clima aversivo o modo de perceber-se no mundo é alterado (Lemos & Batista, 2017).…”

“…Estudos já se ocuparam da investigação da relação professor-aluno, suas características/ processo envolvidos (Batista, 2013;Batista & Weber, 2015;Ignachewski & Batista, 2016), possíveis desdobramentos (Dias, 2016;Lemos & Batista, 2017) e até mesmo possibilidades de intervenção Gutstein-Nazar & Weber, 2018;Gutstein-Nazar & Weber, 2019). Batista (2013) em sua tese de doutorado que posteriormente tornou-se livro (Batista & Weber, 2015) apresenta o modelo teórico do estilo de liderança para professores, uma forma de operacionalizar os comportamentos do professor que interferem na qualidade da interação com o aluno.…”

“…As autoras identificaram também a predominância dos estilos autoritativo (48,3%) e negligente (27,4%), seguido por permissivo (20,2%) e autoritário (4,0%). No estudo também foram identificadas correlações entre responsividade e autoconceito familiar que influenciam na instalação e manutenção de comportamentos socialmente adequados; Correlação negativa entre controle coercitivo e autoconceito pessoal, em que quanto menor o controle coercitivo maior o autoconceito pessoal, identificando que a exposição a situações coercitivas influencia a forma com que a criança se percebe; Por fim a correlação negativa entre controle coercitivo e autoconceito pessoal, em que quanto maior o controle coercitivo menor o autoconceito pessoal, de modo que há interferências na forma com que a criança se vê diante de diferentes contextos de interação social (Lemos & Batista, 2017).…”

Práticas e avaliação parentais sobre a coerção docente

“…Ou seja, a coerção trabalha na direção oposta da aprendizagem e do estabelecimento de comportamentos saudáveis e adaptativos (Dias & Löhr, 2017;Lira & Gomes, 2018;Tavares & Pietrobom, 2016;Weber et al 2004). Estas relações podem ser observadas por meio de uma análise funcional do comportamento, nos mais diversos contextos em que a criança se desenvolve, especialmente na família e na escola (Lemos & Batista, 2017;Weber et al 2004).…”

O autoconceito cognitivo de estudantes pretos (as) e pardos (as)

“…A lacuna quanto a estudos psicológicos sobre a população negra se manifesta em especial em estudos que abordam experiências de crianças e adolescentes. Ainda que a base de conhecimento da psicologia do desenvolvimento tenha se expandido em décadas recentes, é preciso atenção especial a compreensão de processos psicológicos entre crianças negras por meio de aspectos tão simples como a descrição de identificações raciais dos participantes na descrição de artigos, o que ainda parece não ser observado em estudos recentes sobre o desenvolvimento do autoconceito (ex., Schiavoni & Martinelli, 2017;Lemos & Batista, 2017). Diante deste desafio, o presente trabalho propõe a análise específica sobre o desenvolvimento do autoconceito cognitivo entre estudantes pretos e pardos, abordando a possível influência de aspectos raciais neste processo.…”