Gênese do taylorismo como ideologia: acumulação, crise e luta de classes

Abstract

Resumo O artigo objetiva estudar a gênese do taylorismo como ideologia a partir dos elementos fundamentais do modo de produção capitalista. Diferenciando os esforços feitos nas tradições principais sobre o assunto, o estudo contribui para avançar os achados do materialismo histórico, aprofundando-se a respeito da fase histórica de desenvolvimento do taylorismo como formação ideal: a fase da acumulação, a crise do século XIX e o estágio da luta de classes no período de elaboração de Taylor. Defende-se que o taylorismo é uma resposta tardia ao processo de acumulação.

Sobre o campo de saber da administração: gestão, organizações e divisão do trabalho

“…Suas variações, as diferentes maneiras de motivar e engajar o trabalhadormaterialmente, subjetivamente, socialmente, etc. -, a escala e escopo das estruturas organizacionais, as diferentes manifestações da estratégia, correspondem a distintas respostas capitalistas para os desafios históricos da luta de classes (Cunha, 2020). Assim, a gestão se mostra um tipo de mediação social, que emerge das condições históricas da relação entre o capital e o trabalho.…”

“…O campo e os objetos da administração e dos estudos organizacionais. Fonte: elaboração própria, a partir de Bakhtin (1997), Cunha (20182020), Faria (2015, Gurgel (2003), Klikauer (2013), Kosic (2002), Santos (2017) e Tragtemberg (2006. ( 1 Outra impressão que se extrai do modelo proposto é a de que o campo em debate não se limita à investigação dos fenômenos e suas essências correspondentes, mas inclui também as maneiras por meio das quais se interconectam.…”

“…Sugere-se que gestão e organização se encontram de tal modo entrelaçadas que formam uma existência única indissociável, por isso mesmo incompreensível separadamente (Cunha, 2020). Esta totalidade, por sua vez, se manifesta como camponum sentido amplo, como um conjunto de saberes práticos e científicos, bem como de comportamentos, procedimentos e critérios de verdade, a partir de premissas ontológicas e epistemológicas contraditórias, uma vez que reflexo de relações sociais concretas (Lima & Campos, 2015) em sua dupla expressão na forma da administração e dos estudos organizacionais.…”

“…O campo e os objetos da administração e dos estudos organizacionais. Fonte: elaboração própria, a partir deBakhtin (1997), Cunha (20182020), Faria (2015,Gurgel (2003),Klikauer (2013),Kosic (2002),Santos (2017) e Tragtemberg (2006. (1) No modelo acima, as linhas tracejadas, que conectam os fenômenos de gestão e organização ao campo disciplinar da Administração e dos Estudos Organizacionais representam uma relação de pertencimento como objeto de interesse e estudo.…”

O Itinerário Epistemológico de Herbert Simon aos Limites da Racionalidade

“…Nessas aquisições, ocupam lugar especial os estudos das formas de consciência, incluindo o pensamento administrativo (Paço Cunha, 2020, 2021aPaço Cunha & Guedes, 2016). Em tal abordagem, as formações ideais não são autônomas ou possuem história própria.…”