As formas de produção se apresentam como um fator diferencial na cachaça de qualidade, sendo o estado de Minas Gerais uma referência em seu valor agregado. Portado sob a ótica do Trabalho Institucional, o objetivo do artigo foi compreender como se deram as práticas que modificaram a cachaça mineira, saindo de uma bebida de baixa qualidade, até a década de 1980, para a liderança nacional. Em termos metodológicos recorreu-se a um estudo qualitativo sobre quatro décadas de trabalho institucional. Constatou-se que a criação de uma rede de atores, a pressão por mudanças legais e o avanço de investigações científicas favoreceram as mudanças institucionais. Somado a isso, a ruptura com as rudimentares técnicas produtivas, acompanhada de um rígido processo de fiscalização, facilitou a descontinuidade com as antigas práticas. Os resultados da pesquisa contribuem com elementos que explicam a criação e desinstitucionalização em um contexto teórico ainda pouco explorado na literatura.