#FraudenasUrnas: estratégias discursivas de desinformação no Twitter nas eleições 2018

Abstract

RESUMO Este artigo busca analisar as estratégias discursivas utilizadas para legitimar desinformação na mídia social e, de modo particular, no Twitter. Para tanto, utilizamos dados que tratam de suspeitas sobre supostas fraudes nas urnas eletrônicas durante o segundo turno das eleições presidenciais de 2018. A partir de um conjunto de dados de 276.875 retweets e 84.577 tweets unicamente com desinformação, extraídos das conversações políticas na ferramenta, examinamos os cinquenta tweets com maior número de retweets e suas estratégias de legitimação a partir de Van Leeuwen (2007). Como resultado, observamos que tweets ancorados em estratégias de autoridade pessoal e avaliação moral obtiveram maior sucesso em sua legitimação. Deste modo, usuários com autoridade nos canais de mídia social têm importância significativa para espalhar esse tipo de discurso.

Impacts of covid-19 pandemic in the Brazilian research scenario on misinformation: Analysis of publications from information science journals

“…Thematics related to the pandemic stand out again, exerting great representation in the years 2020 and 2021. Thematics related to politics also have a concentration between 2020 and 2021, which leads us to the study by Recuero (2020a : 403) after the 2018 electoral process in Brazil, in which “The legitimacy of these discourses can impact credibility of the voting machine and in the democratic process itself, as it creates suspicions about it.” Finally, it is interesting to highlight the presence of themes related to public health, without even counting the themes that involve the COVID-19 pandemic, showing the relevance of conducting research on misinformation and health ( Figure 7 ).…”

“…The pandemic was triggered by COVID-19 in China at the end of 2019 and, in Brazil, it was strongly propagated at the beginning of 2020, leading to the death of nearly half a million of the country’s population. The global health crisis has become more perverse with the sharing of distorted or false information that fueled and still fuels the ignorance and authoritarianism present in power relations, which restricts political rights and civil liberties of the contemporary subject, now cornered by the risk of contamination by COVID-19 at a time when distorted information and false news appear as a “by-product” of digital platforms serving economic, political, and ideological interests ( Moscoso, 2020 ; Recuero, 2020a ).…”

Redes, Mídias Sociais e Discurso: Uma Análise Bibliométrica dos Estudos Brasileiros do Campo entre 2010-2021

“…Considera-se, por um lado, a presença de discursos conservadores e religiosos, e, por outro lado, discursos progressistas que incentivam a promoção de uma racionalidade política através de novas experiências governamentais (MELO, 2021;SILVA et al, 2021). Nesse âmbito, verifica-se que a autoridade pessoal e a avaliação moral dos produtores de discurso no Twitter são fatores importantes no que tange à divulgação de conteúdos e campanhas de desinformação, valendo-se do uso estratégico da emotividade para a adoção e justificação desses posicionamentos políticos (MELLO, 2021;SOARES, 2020;RECUERO, 2020). Paralelamente a esse primeiro aspecto, é crescente a presença de um conservadorismo que interpreta a defesa da moralidade, que se reivindica como legítimo combatente da corrupção e reforça os valores familiares, cristãos e tradicionais, orientados pela valorização exacerbada de crenças (LEITE; LEAL, 2019).…”

Perspectivas dos estudos críticos do discurso para comentários antidemocráticos no Instagram do Tribunal Superior Eleitoral

“…A título de exemplo, podemos observar como eram operacionalizados discursos que circulavam na rede social Twitter no período da eleição presidencial brasileira, em 2018, tomando por base os resultados encontrados por Recuero (2020) ao investigar tweets e retweets contendo desinformações quanto às urnas eletrônicas na rede social. A partir de um conjunto de dados contendo 84.577 tweets e 276.875 retweets em postagens de cunho político, a autora analisou as 50 ocorrências com maior número de compartilhamentos.…”