O presente artigo trata-se do desdobramento de uma pesquisa de mestrado, que teve como objetivo analisar, no cotidiano da creche, por meio das práticas pedagógicas, os modos como se constitui o poder e o cuidado nas relações entre bebês e professoras em uma creche conveniada do município de Juiz de Fora/MG. Para embasar teoricamente a pesquisa, recorremos aos escritos de Michel Foucault e Mikhail Bakhtin, autores que apesar de não terem vivido em uma mesma época e lugar, possuem importantes aproximações quando relacionamos questões sobre Linguagem, Ética e Política (SEVERO, 2012). Desta maneira, diante dessas grandiosas obras, assumindo os riscos, os conflitos, mas também o grande desejo de trabalhar com esses autores, buscamos realizar aproximações para um possível diálogo epistemológico. Nesse sentido, optamos por trabalhar com as perspectivas de Poder Disciplinar e Cuidado de Si em Michel Foucault e os conceitos de Ato Responsivo e Alteridade em Bakhtin. A partir da leitura e reflexão do referencial teórico fomos capazes de compreender como o poder se articula nas relações e como seus efeitos vão constituindo a subjetividade humana. Nesse forjar identitário, as relações entre bebês e professoras são parte de algo maior e complexo, o poder que muitas vezes se torna disciplinar no âmbito da creche, é causa e efeito de correlações que estão para além da prática pedagógica.